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06/11/2009

Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz) comemora 90 anos

Isis Breves


Ano de 2009. Os olhares das ciências médicas estão voltados para os 100 anos da descoberta da doença de Chagas e, conseqüentemente, para os 90 anos de outro grande feito associado: o Hospital de Manguinhos, hoje chamado Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz). Idealizado por Oswaldo Cruz no início do século 20, sua construção se iniciou em 1912, para atendimento a pacientes com a doença de Chagas. O Hospital de Manguinhos foi concluído em 1918 e, em 1919, suas instalações foram, de fato, inauguradas, com a internação dos primeiros pacientes. Em 1917, morreu Oswaldo Cruz, primeiro diretor de Manguinhos, e o Hospital recebeu seu nome.


 Fachada do Ipec, hospital que completa 90 anos (Foto: Peter Ilicciev) 

Fachada do Ipec, hospital que completa 90 anos (Foto: Peter Ilicciev) 





Evandro Chagas, filho mais velho de Carlos Chagas, começou a trabalhar no Hospital Oswaldo Cruz em 1926, nos serviços de radiologia e eletrocardiografia.Evandro se dedicou ao estudo das grandes endemias nacionais e descreveu os primeiros casos humanos de leishmaniose visceral americana (ou calazar). Foi diretor do Hospital Oswaldo Cruz e criou o Serviço Especial de Grandes Endemias (Sege), que trouxe bons reforços para a pesquisa de Manguinhos. Em 1940, Evandro morreu em um acidente aéreo. Em sua homenagem, em 1942, o Hospital Oswaldo Cruz foi rebatizado para Hospital Evandro Chagas. Seu nome permaneceu.



A médica Maria Regina Cotrim Guimarães, infectologista do Ipec e também historiadora, elaborou, para os 90 anos do Instituto, o livreto bilíngüe Hospital de Manguinhos: 1904-1940, em sua segunda edição. “Quando Evandro veio para o Hospital, seu pai, Carlos Chagas, já era internacionalmente renomado. Evandro estudou a doença de Chagas no Hospital. Aqui ele criou o Sege, voltado à pesquisa e ao controle de várias endemias transmitidas por insetos vetores, como a malária e as leishmanioses; e colaborou com outros órgãos de saúde pública na erradicação do Anopheles gambiae, um vetor da malária. Isso não é pouco. Durante anos no Sege, Evandro foi e voltou: Norte, Nordeste, sertões do Brasil. Pesquisava vetores e doentes. Muitos pacientes se internaram aqui para melhor investigação e tratamento. Em Belém, Evandro também criou o Instituto de Patologia Experimental do Norte (Ipen), que, reafirmando a relevância do cientistas, o Ipen hoje também se chama Instituto Evandro Chagas”.


Publicado em 6/11/2009.

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