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31/07/2012

Instituto Oswaldo Cruz é destaque em edição especial da revista 'Proteomics'

Isadora Marinho


Considerada uma das revistas científicas pioneiras e de maior impacto na área de proteômica e espectrometria de massas, a Proteomics vai publicar uma edição especial composta apenas por artigos de pesquisadores brasileiros: a Proteomics in Brazil. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) tem destaque entre as instituições do Rio de Janeiro, pois dos três trabalhos oriundos do estado, dois foram desenvolvidos por pesquisadores do Laboratório de Toxinologia do Instituto. Já o terceiro vem da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Isso mostra a qualidade da pesquisa que está sendo desenvolvida na área pelo IOC”, disse o chefe do laboratório e coautor em ambos os estudos, Jonas Perales.






A edição, composta por 16 artigos, terá a versão impressa publicada em outubro – mas os trabalhos já estão disponíveis no site da revista. De acordo com o organizador da edição e pesquisador do Instituto Max Planck, Daniel Martins-de-Souza, a seleção está como o nosso país: diversificada. “Temos desde estudos avançados sobre biomarcadores para câncer até análises de proteínas presentes no trato digestivo de pragas agrícolas. A bioinformática também está bem representada neste número especial”, assinalou. A ideia de fazer uma edição temática somente com autores brasileiros partiu dele próprio e foi imediatamente acatada pelo editor-chefe, Michael Dunn.


A Proteomics tem fator de impacto 4.505 segundo o Institute for Scientific Information (ISI) e Martins-de-Souza acredita que esta edição temática reflete a crescente confiabilidade da comunidade científica internacional nos estudos desenvolvidos pelas instituições brasileiras. “Esse reconhecimento é especialmente importante porque abre portas para investimentos estrangeiros na área”, ressalta.


Os artigos selecionados


O primeiro artigo do IOC foi desenvolvido integralmente pelo grupo de pesquisadores e estudantes do Laboratório de Toxinologia e aborda experimentos de espectrometria de massas realizados com as proteínas DM43 e DM64, encontradas em gambás da espécie Didelphis aurita. Essas proteínas são antiofídicas e apresentam, respectivamente, ação anti-hemorrágica e antimiotóxica contra o veneno das cobras conhecidas como jararacas. Neste artigo, foi caracterizada a glicosilação presente nestes inibidores e sua participação na sua função biológica visando o potencial uso como agentes terapêuticos nos envenenamentos ofídicos. Confira aqui o artigo.

 

Já o outro trabalho foi desenvolvido conjuntamente com pesquisadores do Programa de Computação Científica da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e da Universidade de Campinas (Unicamp). O estudo inicial mostra que os músculos esqueléticos com composições de diferentes tipos de fibras respondem de forma diferente a um período de treinamento excessivo. Além disso, os resultados sugerem que proteínas que interagem com actina têm um papel importante na adaptação do músculo ao exercício persistente. Confira aqui o artigo.


Publicado em 27/7/2012.

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