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16/10/2013

IOC apresenta projetos de pesquisa na 3ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação da Faperj

Vanessa Sol


Estudos sobre asma, fisiologia cardiovascular, dengue, obesidade e câncer foram apresentados por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) durante a ‘3ª Feira de Ciência, Tecnologia e Inovação’ organizada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Os trabalhos do IOC fazem parte dos mais de 300 projetos e produtos financiados pela agência estadual de fomento, apresentados ao público entre os dias 10 e 12 de outubro, no Centro Cultural da Ação da Cidadania, no bairro da Saúde, Centro do Rio, abordando os mais diferentes temas, como alimentos, meio ambiente, cidadania da pessoa com deficiência, saúde do idoso, produção de novos fármacos, dentre outros.

Em visita a stands, público desvenda mistérios do mundo científico (foto: Gutemberg Brito)

O presidente da Faperj, Ruy Garcia Marques, destacou que a realização do terceiro ano da Feira mostra à sociedade a importância dos projetos desenvolvidos por meio dos programas de financiamento da instituição. “Ao longo de seus 33 anos, a Faperj vem se consolidando junto à comunidade científica e tecnológica do Rio de Janeiro. Os resultados obtidos configuram o amadurecimento da agência em suas atividades de fomento, contribuindo de maneira significativa para o desenvolvimento da ciência, da tecnologia, da cultura e da economia do Estado”, avaliou.

Câncer e obesidade

Quem passou pelos stands da Feira pôde ter um contato mais próximo com os estudos desenvolvidos por trás das bancadas dos laboratórios. Uma das experiências foi ver de perto células do tecido tumoral por meio do microscópio. A pesquisadora e chefe do Laboratório de Imunofarmacologia do IOC, Patrícia Torres Bozza, apresentou o projeto vinculado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para o Controle do Câncer (INCT/CNPq). De acordo com a especialista, o Laboratório está pesquisando os mecanismos que elevam os riscos de pacientes com obesidade a desenvolverem câncer. “Estamos pesquisando as alterações de metabolismo lipídico nas células tumorais e realizando tanto a identificação de biomarcadores para detecção precoce de alterações tumorais quanto novos alvos para desenvolvimento terapêutico”, explicou.

No stand do Laboratório de Imunofarmacolofia do IOC foi possível observar células do tecido tumoral por meio do microscópio (foto: Gutemberg Brito)

 

Fisiologia cardiovascular

Já o estudo desenvolvido pelo Laboratório de Investigação Cardiovascular do IOC, investiga atletas lutadores que precisam perder peso rapidamente antes da competição e para isso fazem regimes drásticos, restringindo a ingestão de alimentos e líquidos, além de consumirem medicamentos diuréticos. De acordo com o pesquisador e chefe do Laboratório, Eduardo Tibiriçá, os procedimentos contrariam a fisiologia do organismo e, por isso, a necessidade de estudar as implicações cardiovasculares e inflamatórias desses procedimentos comparando com quem não faz este tipo de manobra para perder peso. “Esse tema é bem atual, vemos muito isso acontecer no dia-a-dia. Os atletas que adotam procedimentos inadequados podem adquirir complicações médicas graves, que podem levar até a morte. Em função disso, procuramos comparar, do ponto de vista cardiovascular, o que acontece com quem faz o tipo errado de treinamento com quem faz o clássico”, esclareceu.

Outra pesquisa que também conta com o apoio da Faperj e é desenvolvida pelo mesmo Laboratório, estuda o ‘overtraining’ em atletas olímpicos, que é o treinamento levado à exaustão. De acordo com Tibiriçá, casos como esses são entendidos pela medicina como uma doença. “Estamos estudando os mecanismos do excesso de treinamento, que acabam levando o atleta a um quadro de doença inflamatória aguda, estagnando-os e impossibilitando-os de competir”, revelou.

Laboratório de Investigação Cardiovascular do IOC desenvolve projetos para estudar fisiologia cardiovascular de atletas (foto: Gutemberg Brito)

 

Asma

Os pesquisadores Patrícia Silva e Marco Aurélio Martins, do Laboratório de Inflamação do IOC, levaram para a Feira um conjunto de projetos que visa à identificação de terapias alternativas para a asma, doença crônica pulmonar que constitui um importante problema de saúde pública, atingindo mais 300 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados do Sistema Único de Saúde. De acordo com Patrícia, o estudo poderá resultar em novos medicamentos. “Trouxemos um projeto geral com a proposta do Laboratório, que é a identificação de novos fármacos para doenças pulmonares inflamatórias crônicas. É muito importante prestar contas à sociedade do que vem sendo desenvolvido por nossa equipe”, enfatizou.
 

Pesquisadora Patrícia explica aos vistantes projetos desenvolvidos no Laboratório de Inflamação do IOC (foto: Gutemberg Brito)

 

Mundo dos insetos

A exposição de insetos atraiu a atenção de quem passava pelo stand do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC. Organizado pelo pesquisador Fernando Ariel Genta, o espaço proporcionou aos visitantes o contato próximo, e seguro, com vetores de doenças bastante conhecidas em território nacional, como a doença de Chagas, transmitida pelo barbeiro, a dengue, pelo mosquito Aedes aegypti, e a leishmaniose, por mosquitos flebotomíneos.

A exposição de insetos atraiu a atenção de quem passava pelo stand do Laboratório de Bioquímica e Fisiologia de Insetos do IOC (foto: Gutemberg Brito)

O pesquisador apresentou subprojetos desenvolvidos no âmbito do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT/CNPq). De acordo com o especialista, o objetivo é estudar a estrutura molecular dos insetos para desenvolver estratégias de controle. “A partir de estudos sobre a fisiologia dos insetos e o conhecimento preciso de como eles transmitem determinado agravo, podemos definir estratégias de controle da transmissão da doença”, finalizou Genta.

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