11/07/2016
Compreender o comportamento de mosquitos vetores de vírus em uma determinada localidade é fundamental para o direcionamento de ações de controle. Com este objetivo, o Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) recebeu, para capacitação, dois membros do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique (INS), instituição vinculada ao Ministério da Saúde do país africano. Durante dez dias, os especialistas moçambicanos estudaram técnicas utilizadas pelo Laboratório do IOC/Fiocruz na vigilância e monitoramento dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, possíveis responsáveis por surtos de dengue na região.
“A experiência no IOC/Fiocruz foi bastante positiva. Acompanhamos a coleta de mosquitos no campo, a criação em laboratório, bem como a avaliação de resistência a inseticidas e detecção molecular de arboviroses. Aqui, tivemos contato com algumas atividades que ainda não tínhamos realizado em Moçambique”, comentou Dário Luís Tembisse, do Laboratório de Entomologia Médica do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique.
????A capacitação integra uma colaboração entre o IOC e o INS para aperfeiçoar o conhecimento sobre a população de mosquitos vetores de doenças em Moçambique. “Tivemos surtos de dengue entre 2014 e 2015 que chamaram atenção para a ausência de informações sobre as áreas de maior infestação de mosquitos, fundamentais para a criação de medidas de controle e combate ao inseto. Nós sabíamos que eles estavam presentes em Moçambique, porém ainda não tínhamos feito uma coleta e análise desses mosquitos. A colaboração com especialistas do IOC está sendo suplementar para a realização de um mapeamento”, disse Gastão Namudule Abudasse, do mesmo Laboratório.
No início do ano, Mariana Rocha David, pesquisadora do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários, foi até o país africano ministrar a primeira parte do treinamento, voltado ao levantamento de mosquitos do gênero Aedes. “Moçambique carece de dados sobre as populações de Aedes e sobre a biologia do vetor. Não há muita informação sobre as espécies de Aedes presentes na região, por exemplo. Lá, pude transmitir um pouco da grande experiência que o nosso Laboratório possui com técnicas de coleta de Aedes aegypti e Aedes albopictus”, explicou Mariana.