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13/09/2007

Lançada a segunda edição do ano de 'Trabalho, Educação e Saúde'

Paulo Guanaes


No segundo número do ano, Trabalho, Educação e Saúde (volume 5, número 2), periódico científico editado pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz, traz textos sobre processos históricos de profissionalização na saúde, publicando três artigos. Um deles é O agente comunitário de saúde no âmbito das políticas voltadas para a atenção básica: concepções do trabalho e da formação profissional, de Márcia Valéria Morosini, Anamaria Corbo e Cátia Guimarães, se debruça sobre os processos políticos – incluindo o movimento organizado dos agentes comunitários de saúde (ACS) –, as normatizações e a legislação referentes à profissionalização desses trabalhadores.



Em sintonia com o tema tratado nesse artigo, a revista publica uma entrevista concedida pela presidente da Confederação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde e uma das principais personagens da luta pela desprecarização da categoria, Tereza Ramos, cuja fala revela-se uma autêntica lição de cidadania. Em Trabalho e formação profissional do atendente de consultório dentário e do técnico em higiene dental, Márcia Boen e Lúcia Emília Nuevo tratam dos entraves na representação coletiva, da falta de prestígio social e da baixa credibilidade desses profissionais. O terceiro artigo, Trabalho, qualificação e construção social de identidades profissionais nas organizações públicas de saúde, de Monica Vieira, analisa as mudanças contemporâneas no trabalho dos agentes administrativos.


O ensaio Propaganda de medicamentos: como conciliar uso racional e a permanente necessidade de expandir mercado?, de Álvaro Nascimento, parte da seguinte questão: na utilização de medicamentos, até que ponto prevalece a exigência terapêutica e quando começa a pressão mercadológica – incluindo o papel da mídia? O ensaio discute, para além da eficácia das ações fiscalizadoras, o modelo regulador adotado no Brasil, incluindo a educação sanitária da população e a formação do médico.


Quanto aos textos sobre a temática central da revista – formação profissional em saúde –, o relato Projeto de extensão universitária: um estudo para formação profissional e promoção da saúde, de José Roberto da Silva Bretas e Sônia Regina Pereira, aborda aspectos teóricos e práticos de um projeto articulado de ensino, assistência e pesquisa, desenvolvido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), enfocando questões relacionadas ao corpo e à sexualidade, a partir de atividades educativas, com alunos dos cursos de graduação e pós-graduação dessa universidade.  Denise Antunes de Azambuja Zocche, em Educação profissional em saúde: reflexões sobre a avaliação, discute a avaliação por competência no ensino técnico em enfermagem, explorando seus desafios e proposições como estratégias para integrar os envolvidos no ensino-aprendizagem em saúde e para buscar a emancipação possível neste processo.


Este número publica também o estudo A divisão do trabalho no setor de saúde e a relação social de tensão entre trabalhadores e gestores, de Arlene Ayala e Walter Ferreira de Oliveira, sobre a divisão do trabalho na saúde e seus impactos na organização dos trabalhadores. Ayala e Oliveira analisam a gestão do trabalho no setor público de saúde em Joinville, nas unidades básicas do SUS, e destacam o caráter fragmentado da organização do trabalho no setor, o domínio do conflito pela gestão, o controle pelas metas de produção e as formas de resistência. A revista apresenta ainda duas resenhas, sobre os livros Reflexões im-pertinentes: história e capitalismo contemporâneo, por André Silva Martins e Daniela Motta de Oliveira; e Educação, comunicação e tecnologia educacional: interfaces com o campo da saúde, por Valdir Castro.

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