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23/06/2005

Lançado catálogo dos Digenea parasitas de peixes

Catarina Chagas


Após 20 anos de trabalho, uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes do Departamento de Helmintologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) prepara os detalhes finais da publicação do Catálogo dos Digenea parasitas de peixes da América do Sul. A compilação, idealizada pela bióloga Anna Kohn, coordenadora do projeto, reúne cerca de 500 espécies de trematódeos digenéticos - parasitas geralmente hermafroditas e caracterizados por precisar de pelo menos dois hospedeiros para completar seu ciclo de vida, sendo o primeiro sempre um molusco.


"O último trabalho semelhante desenvolvido no país, também por Anna Kohn - em colaboração com Lauro Travassos e João Teixeira de Freitas - e publicado em 1969, foi um catálogo dos trematódeos do Brasil, parasitas de todos os grupos de vertebrados", conta a bióloga Berenice Fernandes, uma das colaboradoras do projeto. Cerca de dez anos depois, os pesquisadores começaram a atualização do catálogo e a ampliação da área estudada, que passou a abranger toda a América do Sul. No entanto, no decorrer do levantamento de dados, com a grande quantidade de espécies encontradas, a equipe sentiu a necessidade de elaborar catálogos diferentes para cada grupo de hospedeiros. Escolheram, então, começar pelo grupo dos parasitas de peixes.


Para cada parasita, o catálogo apresentará as principais medidas publicadas pelo pesquisador que primeiro o registrou na América do Sul, os hospedeiros e países em que foi encontrado, além das ilustrações originais da espécie. "Esse foi um trabalho árduo, porque nem todos os trabalhos foram publicados em veículos a que normalmente temos acesso", explica a bióloga Simone Cohen, pesquisadora do IOC. "Algumas descobertas importantes foram publicadas em revistas que não são tão divulgadas. Nesses casos, tivemos que entrar em contato com o autor para que ele nos enviasse o trabalho". Além dos parasitas de peixes nativos da América do Sul, constam do catálogo espécies que, embora descobertas em outros lugares, ocorrem nesse continente.


Em 2004, a equipe encerrou o levantamento de dados. Atualmente, os desenhos originais dos parasitas estão sendo digitalizados para possibilitar a publicação do livro. As pesquisadoras estimam que o novo catálogo esteja disponível no próximo ano e já começaram o levantamento de dados para os próximos trabalhos, que relacionarão parasitas encontrados em répteis, anfíbios, aves e mamíferos.

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