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25/01/2007

Lançado novo número de 'História, Ciências, Saúde – Manguinhos'

Ruth Martins


A Casa de Oswaldo Cruz acaba de lançar um novo número de História, Ciências, Saúde – Manguinhos (volume 13 nº. 4), com um conjunto variado de artigos. Entre os destaques está a campanha para destruir a broca-do-café, analisada por André Felipe Cândido da Silva em trabalho ilustrado. A praga foi causada por um minúsculo inseto que apareceu em fazendas entre 1924 e 1927, época em que o grão representava a principal riqueza brasileira, São Paulo detinha a liderança na produção e no comércio e as plantações estavam sob ameaça. Diante da gravidade da situação, o Governo montou um plano de combate que articulava pesquisa, fiscalização e ampla divulgação científica e que utilizou estratégias vanguardistas de difusão, como o cinema. A comissão que executou o plano foi extinta quando o Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal foi criado.



Essa instituição de pesquisa agrícola, que hoje se chama Instituto Biológico de São Paulo, tem seu acervo documental inventariado na seção Fontes, por Márcia Maria Rebouças. O trabalho mostra como se constituiu e sua relevância para a história das ciências no Brasil. O peruano Jorge Lossio estuda a medicina britânica nos Andes e seus personagens, daí ter produzido perfil sobre a vida e a obra do médico escocês Archibald Smith, durante sua permanência no Peru, entre 1820 e 1860. Por meio da investigação das atividades, publicações e debates de que Smith participou, o artigo pretende desvendar áreas inexploradas da história da medicina naquele país.


Outro artigo, de João Bosco Botelho e Hideraldo Lima da Costa, trata da tentativa de destruição física e moral dos pajés no litoral brasileiro e na Amazônia, entre os séculos 16 e 18. As transformações étnicas e lingüísticas que determinaram o desaparecimento de centenas de línguas, continuam dificultando uma melhor caracterização do pajé. Apesar de a presença dos missionários salesianos ter provocado violentas transformações, na região do Alto Rio Negro, ainda hoje os pajés continuam a exercer poderes, muito além da cura das doenças.


Moema Vergara discorre sobre a proposta de mudar a capital do Brasil no início da República, do Rio de Janeiro para o Planalto Central. Essa idéia já havia sido defendida, no século anterior, pelo Visconde de Porto Seguro. Assim, em 1892 foi organizada uma comissão chefiada pelo diretor do Observatório Nacional, Luiz Cruls, para demarcar a superfície a ser ocupada pela nova capital. Samuel Pessoa: uma trajetória científica no contexto do sanitarismo campanhista e desenvolvimentista no Brasil, de Carlos Henrique Paiva, discute a trajetória do parasitologista (1898-1976) e contextualiza a experiência profissional no quadro das reformas dos governos de Getúlio Vargas.


A capa desta edição reproduz detalhe de outra capa: a do Almanaque do Biotônico de 1941. O que remete à seção Imagens, em que Mario Luiz Gomes faz um ensaio revisitando os antigos almanaques de farmácia e destaca a importância deles como fonte de pesquisa sobre a história dos medicamentos. Há imagens desses impressos, relacionadas às estratégias de promoção dos produtos farmacêuticos. A idéia de ciência veiculada pelos almanaques de farmácia também é analisada, e indica a relevância dessa fonte para a história da ciência e da propaganda em nosso país. Estes e outros artigos podem ser conferidos no site de História, Ciências Saúde.


Assinaturas de História, Ciências, Saúde – Manguinhos


Individual:        R$ 55,00 (Brasil) ou US$ 60,00 (exterior)

Institucional:     R$ 80,00 (Brasil) ou US$ 90,00 (exterior)

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