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14/07/2008

Leishmanioses em destaque nas 'Memórias do Instituto Oswaldo Cruz'

Bel Levy


Destaque da nova edição da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, artigo publicado por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia descreve nova espécie de flebótomo, inseto vetor das leishmanioses. Os exemplares estudados – somente fêmeas, criadas em excrementos de morcegos – foram coletados da caverna Refúgio do Maruaga, ao norte de Manaus. Para os pesquisadores, trata-se possivelmente de fêmeas partenogenéticas ou autógenas – os exemplares criados em laboratório produziram desovas férteis, sem a presença de machos.


 Pesquisadores encontraram nova espécie de flebótomo na caverna Refúgio do Maruaga, em Manaus (Foto: T. V. Barrett)

Pesquisadores encontraram nova espécie de flebótomo na caverna Refúgio do Maruaga, em Manaus (Foto: T. V. Barrett)


O vetor das leishmanioses é tema de outro trabalho, publicado pelo Centro Nacional de Diagnóstico e Investigação de Endemo-Epidemias da Argentina. Os pesquisadores investigaram como a urbanização e a domesticação de flebótomos contribuem para o crescimento da leishmaniose cutânea naquele país. Armadilhas para insetos foram espalhadas em diferentes ambientes – desde o espaço em torno das casas até a floresta e as plantações – da cidade de Oran, que registra a maior prevalência de leishmaniose cutânea na Argentina. Foram capturados 7.787 exemplares de flebótomos – 98.1% da espécie Lutzomyia neivai. Os resultados indicam que, apesar do crescimento de casos urbanos, o maior risco de contato entre vetores e seres humanos está em regiões peri-urbanas.


Artigo de revisão de pesquisadores dos laboratórios de Hantaviroses e Rickettsioses e de Doenças Parasitárias do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e do Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz) reúne e avalia dados sobre soroepidemiologia e manifestações clínicas da bartonelose humana no Brasil. O trabalho atualiza informações relacionadas às espécies B. bacilliformis, B. quintana, B. vinsonii berkhoffii, B. henselae, B. elizabethae, B. grahamii, B. washoensis, B. koehlerae, B. rocha-limaea e B. tamiae. Transmitidas ao homem por animais como o gato, essas espécies de bactéria são ainda pouco conhecidas e, por isso, dificilmente identificadas.


A atividade antimicrobiana do óleo de copaíba também integra a edição. Pesquisadores das universidades estaduais de Londrina e de Maringá e das universidades federais do Amazonas e do Rio de Janeiro avaliaram o desempenho de óleos extraídos de diferentes espécies da árvore contra uma série de bactérias. Em geral, as substâncias não apresentaram efeitos sobre bactérias gram-negativas e efeito moderado sobre bactérias gram-positivas.


Avaliação epidemiológica de um surto de hepatite A em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e a caracterização molecular de rotavírus circulante na Região Centro-Oeste do Brasil também estão entre os temas abordados. Para acessar a íntegra da edição de maio da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, clique aqui.


Leia também: Nova espécie de flebotomíneo é descoberta no Amazonas


Publicada em 14/07/2008

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