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28/09/2009

Livro conta a história das relações médico-científicas entre Brasil e Japão


Ultrapassando os limites da barreira geográfica e cultural, o livro Cerejeiras e Cafezais: uma história das relações médico-científicas entre Brasil e Japão, uma iniciativa da Fiocruz, por meio da Casa de Oswaldo Cruz (COC) e do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), sugere ao leitor uma reflexão acerca do intercâmbio nipo-brasileiro nas pesquisas sobre as principais doenças que afligiam a população das duas nações no final do século 19 e início do século 20, como lepra, verminoses, febre amarela e malária. Publicado pela editora Bom Texto, o livro traz a público um personagem marcante, o bacteriologista japonês Hideyo Noguchi, e adota uma divisão temática em duas partes, de modo a amarrar os principais assuntos na área médica da época. Os autores desenvolvem a narrativa biográfica em passagens com fortes aspectos humanos, permitindo ao leitor conhecer mais profundamente o cientista. 


 Detalhe da capa do livro, fruto de uma iniciativa da Fiocruz e lançado pela editora Bom Texto 

Detalhe da capa do livro, fruto de uma iniciativa da Fiocruz e lançado pela editora Bom Texto 


Em sua primeira parte, Cerejeiras e Cafezais oferece ampla estrutura para se examinar o cenário político e social do Japão no final do século 19, marcado pelo fim do xogunato e a chegada da era Meiji com o enfrentamento de graves problemas domésticos, como superpopulação, fome e epidemias. Aborda, ainda, a política de emigração do Japão, pontuada pela preocupação com a saúde dos japoneses em território brasileiro, assim como a tomada de decisão para superar as barreiras médico-culturais.


“A proposta de celebrar a presença de 1,5 milhão de brasileiros descendentes de japoneses saiu do lugar-comum de recontar meros aspectos da história de imigrantes para se aprofundar na análise de um dos componentes deste caleidoscópio – a trajetória dos cientistas japoneses em missões de pesquisa no Brasil no início do século 20”, diz o prefácio da obra. De autoria de Jaime Larry Benchimol, Magali Romero Sá, Kaori Kodama, Márcio Magalhães de Andrade e Vivian da Silva Cunha, o livro resgata a chegada dos primeiros médicos japoneses ao Brasil, onde investigariam as causas das doenças que vitimavam seus concidadãos, principalmente aqueles que aqui chegavam para trabalhar na lavoura cafeeira em São Paulo. Tifo, disenteria e tuberculose eram problemas comuns entre a população imigrante japonesa, mas a malária, a ancilostomose (amarelão) e a leishmaniose também despertavam o interesse dos cientistas brasileiros e japoneses naquela ocasião, em que o Brasil despontava como um importante aliado na luta médico-científica contra essas doenças. Essa trajetória, bem como a história de luta do país asiático para dominar o conhecimento médico em diversas áreas, também é apresentada pelos autores.


Com nomes importantes de médicos japoneses, como Mikinosuke Miyajima e Akira Fujinami, a figura de Hideyo Noguchi se destaca no intercâmbio médico-científico entre Brasil e Japão devido às intensas pesquisas sobre leptospirose e febre amarela, entre outras. O cientista visitou quatro continentes em seus 51 anos de vida, deixando farta correspondência, agora tornada pública com o lançamento do livro. Pesquisador do Instituto Rockefeller, Noguchi integrou a expedição que visava eliminar a febre amarela no porto mais importante do Equador, considerado o principal foco da infecção na América do Sul e onde o bacteriologista tornou-se herói. Nessa última parte da obra, os autores narram o trabalho do cientista no continente africano, onde morreria. No entanto, a sua brilhante trajetória já estava consolidada e o caminho traçado para a pesquisa e a relação da ciência médica no Brasil, bem como sua relação além-mar, marcada para sempre. 



Informações para a imprensa: 21-3865-2230 e 21-3865-2276


Para adquirir o livro, clique aqui.


Publicado em 28/09/2009.

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