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04/08/2008

Lula visita a Fiocruz e conhece o mais moderno pólo de virologia da AL


Mais moderno pólo de pesquisa em virologia da América Latina, o Pavilhão Helio e Peggy Pereira (HPP) recebeu, nesta sexta-feira (1/8), a visita do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula teve ainda outros compromissos na Fiocruz: a entrega do relatório final da Comissão Nacional de Determinantes Sociais em Saúde e a abertura da 17ª Semana Mundial da Amamentação (SMAM). Na ocasião, o presidente da República também deu as boas vindas aos 500 novos servidores da Fundação.


 Lula, Temporão, Buss e a diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz, Tânia de Araújo Jorge, descerram a placa comemorativa do HPP (Fotos: Peter Ilicciev/Fiocruz)

Lula, Temporão, Buss e a diretora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz, Tânia de Araújo Jorge, descerram a placa comemorativa do HPP (Fotos: Peter Ilicciev/Fiocruz)


"O Brasil atingiu a excelência em virologia. Com os investimentos feitos aqui, a pesquisa e o combate às moléstias tropicais serão realizados com ainda mais vigor", disse Lula. "Esperamos que este moderno pólo de virologia seja mais uma frondosa árvore de soluções para doenças negligenciadas. Soluções que serão incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e beneficiarão toda a população brasileira", completou o presidente da Fiocruz, Paulo Buss.


O HPP abriga nove laboratórios e dez serviços de referência estratégicos para o Ministério da Saúde. Ele é resultado do investimento de R$ 19 milhões do governo federal na criação de um pólo científico para pesquisa e vigilância de doenças emergentes e reemergentes causadas por vírus, tais como dengue, febre amarela, hepatites, rotaviroses, sarampo, rubéola e gripe.



O retorno desse investimento ocorrerá na forma de estudos decisivos para o controle dessas doenças, o que inclui desenvolvimento de um kit de diagnóstico de hepatite A; novos métodos de detecção para rotavírus; acompanhamento das mutações de vírus respiratórios circulantes; e identificação de alvos para fitoterápicos contra a dengue, entre outros trabalhos. Uma plataforma de nível de biossegurança 3, a mais moderna do Ministério da Saúde, também já está em fase de instalação no HPP.


 Temporão, Lula e Sergio Cabral recebem de Adib Jatene o relatório final da CNDSS

Temporão, Lula e Sergio Cabral recebem de Adib Jatene o relatório final da CNDSS


Ainda na Fiocruz, Lula recebeu das mãos do ex-ministro da Saúde Adib Jatene o relatório final das atividades da Comissão Nacional de Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), instituída em 2006 com o objetivo de fomentar a discussão sobre características sociais que influenciam a saúde da população brasileira. A publicação apresenta propostas para garantir a abordagem dos determinantes sociais da saúde na definição e implementação das políticas públicas. A criação da CNDSS, por decreto presidencial, foi uma resposta do Brasil à iniciativa da OMS, que, em 2005, estabeleceu a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde (CSDH, na sigla em inglês) com o objetivo de promover, em âmbito internacional, a conscientização sobre a importância dos determinantes sociais e do combate às iniqüidades em saúde. O Brasil foi o primeiro país do mundo a criar sua própria Comissão.


"Este relatório foi produzido a partir de três compromissos principais: o compromisso com o combate às iniqüidades sociais, que são moralmente indefensáveis; o compromisso com recomendações concretas para políticas e programas de intervenção; e o compromisso com as evidências científicas nas quais estão baseadas estas recomendações", explicou Jatene, membro da CNDSS. O relatório final - entregue também ao governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Filho, e ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão - apresenta os desafios brasileiros no que se refere às desigualdades sociais em saúde, mas também traz os avanços que já foram conquistados neste campo. Por exemplo: se, nos anos 60, as expectativas de vida no Nordeste e no Sudeste eram, respectivamente, de 40 e 60 anos, em 2006, elas subiram para 69,5 e 74,5 anos. Outra conquista ocorreu no campo da mortalidade infantil: enquanto, em 1980, o percentual de óbitos de menores de um ano de idade sobre o total de óbitos era de 24%, em 2005, esta taxa havia caído para 5%.


 Lula com representantes da comunidade de Manguinhos, que será beneficiada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

Lula com representantes da comunidade de Manguinhos, que será beneficiada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)

           



Sede da secretaria técnica da CNDSS, a Fiocruz vai participar do esforço para concretizar as propostas contidas no relatório. Segundo Temporão, uma das propostas contidas no documento já foi prontamente acatada pela Presidência da República. Trata-se da criação de uma secretaria cuja finalidade será expandir o Programa Saúde da Família (PSF) e suas ações de promoção da saúde e da cidadania. Outro anúncio feito pelo ministro diz respeito à estruturação da Rede Nacional Amamenta Brasil, que tem por objetivo ampliar o número de bebês amamentados no seio materno, segundo recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).   


Na cerimônia em frente ao Castelo Mourisco, as autoridades presentes - inclusive o presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Dioclécio Campos Junior - abriram a SMAM 2008. Na ocasião, o ministro da Saúde entregou certificado à atriz Dira Paes, madrinha da campanha deste ano, cujo tema é Amamentação: participe e apóie a mulher. "Amamentar é mais do que alimentar um filho. Significa oferecer à criança amor, cumplicidade, segurança", disse a atriz."Espero contaminar as mães e convencê-las de que o leite materno não pode ser substituído pela mamadeira. Sejam corajosas e façam um Fome Zero com seus próprios seios".   


 Temporão entrega a Dira Paes certificado de madrinha da SMAM 2008

Temporão entrega a Dira Paes certificado de madrinha da SMAM 2008


Dira Paes também destacou que, para as mulheres que, por alguma razão, não podem amamentar, existem os Bancos de Leite Humano (BLH). Lula reforçou esta idéia ao ressaltar que o Brasil é referência internacional em BLH. "A Rede Brasileira de BLH arrecada por ano 1,3 milhão de litros de leite humano, alimento que, só em 2008, já beneficiou mais de 100 mil crianças", frisou o presidente da República.       


Iniciativa da Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA), a SMAM tem como objetivo mobilizar a sociedade em torno de ações de incentivo ao aleitamento materno no mundo inteiro. A Fiocruz tem feito a parte dela. Desde 1985, a Fundação investe e trabalha no campo da pesquisa e do desenvolvimento de Bancos de Leite Humano (BLH), para garantir que os recém-nascidos prematuros recebam o leite materno. Graças a todo este esforço, o Brasil tem hoje a maior Rede de BLH, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e copiada por 20 países da América Latina e Europa. Atualmente, a Rede brasileira conta com 192 bancos e 33 postos de coleta, que conseguem, juntos, arrecadar mais de 110 mil litros de leite humano por ano.



Não custa lembrar que a amamentação oferece vários benefícios para mãe e criança. Para a criança, previne infecções, diarréia, pneumonia, otite e uma série de outras doenças que podem se manifestar com o tempo, como alergia, asma e diabetes. Para a mãe, reduz o risco de doenças como câncer de mama e diabetes. Dados do governo norte-americano indicam que, para cada bebê amamentado durante seis meses, pode-se economizar de US$ 450 a US$ 800 (R$ 620 a R$ 1.280).


 Um dos 500 novos concursados da Fiocruz recebe o abraço de Lula e de Sergio Cabral

Um dos 500 novos concursados da Fiocruz recebe o abraço de Lula e de Sergio Cabral


Todas as autoridades presentes na cerimônia foram enfáticas ao afirmar que a Fiocruz tem reconhecimento nacional e internacional na área da saúde pública. Todos concordaram também que nenhuma das realizações desta instituição teria sido possível sem o entusiasmo e a dedicação de seus  mais de 9 mil funcionários. Estes têm trabalhado, inclusive, para estender a atuação da Fiocruz nos estados de Mato Grosso do Sul, Rondônia e Brasília e também na África, com planos de instalar uma fábrica de medicamentos em Moçambique - iniciativa que recebe todo o apoio de Lula. "Precisamos ampliar nosso auxílio para os países mais pobres. Mesmo se instalássemos 50 fábricas não pagaríamos tudo o que os africanos já fizeram por este país", frisou o presidente da República.     



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