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16/05/2007

Malas prontas para a carreira científica

Catarina Chagas e Fernanda Marques


Ely Caetano Xavier Junior está se preparando para viajar a Paris. Procura uma data que não atrapalhe os estudos na recém-iniciada faculdade de farmácia, planeja os passeios e lembra, feliz, do trabalho que lhe proporcionou essa regalia: as passagens são prêmio pela melhor colocação no 49º Concurso Cientistas de Amanhã, promovido pelo Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (IBECC/Unesco), em 2006. O projeto premiado foi desenvolvido durante a passagem do estudante pelo Programa de Vocação Científica (Provoc) da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), uma unidade da Fiocruz.


 Melhor colocado no Concurso Cientistas de Amanhã, Ely Caetano Xavier Jr vai para Paris (Foto: Ana Limp)

Melhor colocado no Concurso Cientistas de Amanhã, Ely Caetano Xavier Jr vai para Paris (Foto: Ana Limp)


O aluno, enquanto fazia pesquisa na Fundação, descobriu o concurso e resolveu inscrever seu trabalho, sem contar nada à orientadora Rita de Cássia Oliveira da Costa Mattos, que só ficou sabendo da iniciativa de Ely quando o projeto foi aprovado entre os finalistas. O episódio reflete bem aquilo que o estudante diz levar de mais precioso de sua passagem pelo Programa, a “independência intelectual”. “Nós estamos acostumados à dinâmica da escola, em que o professor explica tudo em detalhes. Aqui, aprendemos a ter iniciativa própria na hora de identificar a informação de que precisamos e decidir onde pesquisar. O orientador, ao mesmo tempo em que acolhe os alunos, encoraja-os a dar seus próprios passos”.


A caminhada de Ely pela ciência começou devagar, observando as atividades do Laboratório de Indicadores de Efeitos do Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana e acompanhando os procedimentos realizados pelos pesquisadores de sua equipe. Um ano depois, já familiarizado com o ambiente, tomou parte ativa nos trabalhos, investigando as relações entre exposição ao chumbo e perda de cálcio nas crianças com idades até 16 anos da comunidade de Manguinhos.


Foi imerso no cotidiano do laboratório, experimentando atividades e convivendo diariamente com biomédicos, biólogos, farmacêuticos e outros profissionais que o estudante escolheu a carreira a seguir após o término do Ensino Médio no Colégio Pedro 2º. Agora universitário, Ely quer continuar envolvido em saúde pública e já procura um programa de iniciação científica para participar.

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