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06/09/2007

Manuais ensinam profissionais e pais a estimularem a resiliência


Durante a vida, o ser humano se depara com muitas dificuldades, mas cada pessoa tem seu próprio limite e maneira de enfrentar as adversidades. Essa capacidade de superação, diferente em cada pessoa, é chamada resiliência, e foi tema de uma pesquisa do Centro Latino-Americano de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Carelli (Claves) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz e apresentada na sessão científica do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria: Profissionais de saúde, conversando com adolescente sobre os desafios da vida. A pesquisa teve como resultado a elaboração de dois manuais sobre a capacidade de resiliência: Superação de dificuldades na infância e na adolescência e Por que é importante ajudar os filhos a “dar a volta por cima”?.



A apresentação foi comandada por Patrícia Constantino e Gabriela Franco Dias Lyra, da equipe do Claves. Durante a sessão, Patrícia, que também participou da pesquisa, explicou que muitas pessoas enfrentam problemas como alcoolismo, separação, desemprego, drogas, entre outros, e algumas precisam de ajuda. “A família e os amigos são importantes, mas os profissionais de saúde também podem ajudar nessa superação”. Segundo Gabriela, os profissionais devem desenvolver a capacidade de acolhimento dos pacientes. “Ouvir um pouco mais, ou até dar um conselho, pode ajudar essas pessoas a desenvolverem sua capacidade de resiliência”. Patrícia destacou que “ninguém nasce com capacidade de resiliência. Cada ser humano é formado pelas marcas e experiências que tem na vida e a capacidade de ‘dar a volta por cima’ é formada ou desenvolvida ao longo dos anos”.


A primeira atividade da sessão foi a exibição do filme Frankie Wilde – O DJ Surdo, uma história real que mostra as dificuldades da descoberta e da superação da deficiência auditiva por meio do desenvolvimento dos outros sentidos. “Quando Frankie, personagem principal que ficou surdo, aceitou sua dificuldade, passou a buscar diferentes formas de viver e trabalhar, superando seus limites. Ele teve muita resiliência e conseguiu vencer”, disse Patrícia. Gabriela, que é assistente social do Claves, afirmou que “a capacidade de cada um tem muito a ver com os fatores de apoio que temos na vida. O profissional de saúde é muito importante nisso. É importante incorporar o tema resiliência nos atendimentos diários”.


“Além de cuidar dos pacientes, os profissionais de saúde devem também cuidar de si próprios. Temos de prestar atenção em como está a nossa própria resiliência”, ressaltou Patricia. Segundo ela, os profissionais de saúde tendem a solucionar os problemas dos outros e esquecem de si próprios. “Devemos ser tutores de resiliência. Esta não é uma tarefa fácil e não existe fórmula pré-estabelecida, porém, para cuidar dos outros, é preciso estar bem consigo mesmo”, comentou Patrícia.


O estudo foi feito nos municípios de Duque de Caxias e São Gonçalo, no Rio de Janeiro, com mães, pais e outros responsáveis por crianças e adolescentes que procuraram vários tipos de ajuda para seus filhos nos serviços públicos de saúde; adolescentes de escolas públicas e particulares de São Gonçalo; e profissionais de saúde com experiência em atendimento às crianças, adolescentes e suas famílias. A apresentação do material é feita para grupos do serviço de saúde com o objetivo de sensibilizá-los ao tema e divulgar os manuais. A pesquisa foi coordenada por Simone Gonçalves de Assis, também do Claves.


Onde encontrar os manuais


Os manuais sobre resiliência desenvolvidos pelo Claves estão disponíveis em PDF para download na Biblioteca Multimídia da Ensp, nos links:


Por que é importante ajudar os filhos a "dar a volta" por cima?


Superação de dificuldades na infância e adolescência


Encarando os desafios da vida: uma conversa com adolescentes


Fonte: Informe Ensp

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