Início do conteúdo

02/05/2011

Médicos confundem malária com outras doenças, como a dengue


Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que atualmente a malária é a endemia parasitária mais prevalente no mundo, afetando cerca de 250 milhões de pessoas em mais de 109 países, especialmente na África, Ásia e América Central. No Brasil, o Ministério da Saúde explica que a doença é endêmica na região amazônica, mas com transmissão esporádica em outras regiões devido à presença de vetores em mais de 80% do território nacional. Diagnosticar a doença o mais cedo possível é muito importante. Porém, um estudo conduzido por Anielle de Pina Costa, pesquisadora da Fiocruz, mostra que essa não é uma tarefa fácil em regiões onde não há uma cultura de malária.


 A pesquisa explica que achados do exame físico, como palidez e esplenomegalia, característicos da malária e pouco usuais na dengue, poderiam sugerir o diagnóstico de malária se associados à história de deslocamento para área endêmica

A pesquisa explica que achados do exame físico, como palidez e esplenomegalia, característicos da malária e pouco usuais na dengue, poderiam sugerir o diagnóstico de malária se associados à história de deslocamento para área endêmica


O estudo, que contou com a colaboração de outros pesquisadores da Fundação, explica que embora a tríade clássica da malária seja constituída por calafrios, febre intermitente e cefaleia, os sintomas da fase inicial (mal-estar, náuseas, tonturas, cansaço, mialgia, febre contínua e sudorese) são inespecíficos e comuns à maioria das síndromes febris agudas, o que pode confundir profissionais de saúde e retardar o seu diagnóstico. “Tal retardo, comum em áreas onde a doença não é endêmica, pode resultar em doença grave e óbito, também proporcionalmente mais comum na região extra-amazônica”, explicam os autores, no estudo intitulado Diagnóstico tardio de malária em área endêmica de dengue na extra-Amazônia brasileira: experiência recente de uma unidade sentinela no Estado do Rio de Janeiro.


Publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, o estudo mostra três exemplos onde a malária foi confundida com dengue. Segundo os autores, os médicos generalistas que atenderam esses pacientes falharam ao não associarem a persistência de febre após sete dias de evolução, não usual na dengue, mas comum na malária não tratada.


Além da febre, a pesquisa explica que achados do exame físico como palidez e esplenomegalia, característicos da malária e pouco usuais na dengue, poderiam sugerir o diagnóstico de malária se associados à história de deslocamento para área endêmica. “As três evoluções clínicas que apresentamos aqui ilustram a importância da febre como sinal clínico de emergência médica, em indivíduos provenientes de áreas endêmicas de malária, sobretudo em viajantes provenientes de regiões como o continente africano e a bacia Amazônica”, alerta o estudo.


Fonte: Agência Notisa


Publicado em 2/5/2011.

Voltar ao topo Voltar