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23/01/2008

Meio século de evidências científicas

Catarina Chagas e Fernanda Marques


O primeiro estudo que demonstrou a associação entre exposição ao amianto e câncer de pulmão foi publicado em 1955. No ano seguinte, no Brasil, foram relatados seis casos de asbestose entre trabalhadores expostos à substância em Minas Gerais. Quatro anos depois, comprovou-se pela primeira vez que o material era a causa do mesotelioma.


Meio século após esses trabalhos, acumulam-se evidências científicas dos males provocados pelo amianto – classificado como definitivamente carcinogênico pela Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês) da Organização Mundial da Saúde. Isso explica por que todas as variedades da substância já foram banidas de quase 50 países. Entretanto, no Brasil – quarto maior produtor de amianto do mundo, atrás apenas de Rússia, Cazaquistão e China –, esse assunto ainda gera polêmica.


A Lei Federal 9.055, vigente desde 1995, proíbe, em todo o território nacional, a extração, industrialização e comercialização das variedades de amianto conhecidas como anfibólios. Contudo, desde que observadas certas normas de segurança e vigilância, a variedade crisotila é permitida. Segundo especialistas, porém, ela também deve ser banida. “Todas as variedades de amianto, inclusive a crisotila, causam câncer”, enfatiza Castro.

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