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20/02/2008

'Memórias do IOC' tem maior fator de impacto na América Latina

Bel Levy


Uma revista fundada por Oswaldo Cruz, que tem a primazia de ser um dos periódicos científicos mais antigos da América Latina na área biomédica e que já em seu primeiro volume trazia uma das principais contribuições brasileiras à saúde pública mundial – a descoberta por Carlos Chagas da doença que levaria seu nome – nasceu com uma singularidade rara. Some-se a essa robusta tradição a capacidade permanente de se modernizar, acompanhando as tendências de editoração eletrônica e de acesso gratuito online, e temos as Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, reconhecida como a revista científica de maior impacto da América Latina pelo Institute for Scientific Information (ISI) em sua última avaliação, em 2006.



O ISI é a entidade responsável pelo ranking mundial de periódicos científicos indexados. O fator de impacto é calculado pela divisão do número de vezes que os artigos publicados em um determinado periódico foram citados em trabalhos científicos nos últimos dois anos pelo número total de artigos publicados no período. O fator de impacto obtido pelas Memórias do Instituto Oswaldo Cruz em 2006 – 1,208 – é o maior alcançado por uma revista brasileira desde 2001.


“O reconhecimento das Memórias do Instituto Oswaldo Cruz como periódico de maior impacto na América Latina é resultado da trajetória de sucesso da revista, que integra a tradição como um dos mais antigos periódicos de divulgação científica do continente a uma busca constante pela modernização”, avalia Ricardo Lourenço, editor da revista desde janeiro deste ano. José Rodrigues Coura, que esteve à frente das Memórias durante dez anos, mostra que a conquista não é mero acaso. “Desde 2004, existe um crescimento geométrico do número de consultas à revista. Certamente, isso seria traduzido em um aumento do número de citações”, afirma.


Inicialmente, a revista se propunha a divulgar a produção científica do então Instituto de Patologia Experimental de Manguinhos, hoje Instituto Oswaldo Cruz (IOC), uma unidade da Fiocruz. Porém, logo passou a aceitar também trabalhos originais produzidos por outras instituições de pesquisa – transição mediada sempre pelo criterioso processo de aprovação de artigos que caracteriza a revista desde 1909 e que garante até hoje a relevância científica e a originalidade dos trabalhos publicados.


“Existe uma preocupação constante em manter a revista atualizada em relação aos padrões internacionais de publicação científica, combinada à excelência de quem é pioneiro na área. Entre as últimas estratégias de modernização editorial estão a publicação na internet de todo o conteúdo da revista desde 1994, que tem acesso gratuito, e a instituição, este ano, do sistema de submissão online de artigos, que confere maior agilidade e segurança ao processo de publicação de trabalhos”, explica Lourenço.

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