A edição de outubro da revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz está disponível online. Entre os destaques, um estudo realizado por pesquisadores da Colômbia, que identificou a presença de arbovírus em diferentes espécies de mosquitos, incluindo os Aedes (Stegomya) aegypti e Culex spp., na região do caribe Colombiano. Em outro estudo, pesquisadores apontam a presença do vírus zika em mosquitos Aedes aegypti coletados no Rio de Janeiro e reforçam o papel do Aedes na transmissão da doença. O periódico traz ainda o primeiro artigo de revisão sobre leishmaniose tegumentar americana, que reúne e analisa publicações de epidemiologia e imunologia sobre a doença. Todos os artigos publicados na revista ‘Memórias’ podem ser acessados gratuitamente online.
Arbovírus e mosquitos no Caribe colombiano
Considerando a possibilidade de surtos e epidemias de vírus emergentes e reemergentes – como o caso recente do vírus zika, pesquisadores da Universidade de Antioquia e da Universidade Nacional da Colômbia investigaram a presença de patógenos em 22.180 mosquitos coletados em uma área no litoral do país. Por meio de testes moleculares, os pesquisadores identificaram insetos de diferentes espécies contendo flavivírus e alphavírus. Os resultados mostraram a presença do vírus dengue em Aedes (Stegomya) aegypti, de febre amarela em Haemagogus sp., e do vírus do Oeste do Nilo em Culex spp.. A análise sugere a possível circulação desses patógenos na região. Os resultados obtidos integram um estudo multidisciplinar conduzido entre 2011 e 2013, em San Bernardo del Viento, na região de Córdoba. Apesar de apresentar condições propícias para a reprodução de arbovírus, como a presença de aves migratórias e influência da ação humana, a região ainda é pouco estudada. Leia mais.
Em busca de respostas para leishmaniose assintomática
Em estudo de revisão, pesquisadores da Universidad Autónoma de Yucatá, no México, analisaram dados relacionados à leishmaniose tegumentar americana (LTA). Com base em informações epidemiológicas, os especialistas indicaram que a forma assintomática da doença é a mais comumente detectada em áreas endêmicas e apontaram o biomarcador ‘Montenegro Skin Tes’ como uma ferramenta útil para identificar as características da resposta imunológica provocada em pacientes que não apresentam sintomas da enfermidade. Já a partir de dados imunológicos, a revisão apontou os mecanismos responsáveis por controlar a infecção pelo parasito causador da leishmaniose e evitar danos aos tecidos. Acesse o artigo.
Transmissão de zika
Um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificou pela primeira vez a presença de mosquitos Aedes aegypti naturalmente infectados com o vírus zika na América do Sul. Os resultados foram obtidos durante atividade de vigilância e monitoramento realizada pelo Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do IOC, por meio de coleta de mosquitos em localidades onde foram identificados casos de zika, no Estado do Rio de Janeiro. Entre junho de 2015 e maio de 2016, foram coletados 1683 mosquitos das três espécies: Aedes albopictus, Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo ou muriçoca, e Aedes aegypti. Em Laboratório, os insetos foram identificados, separados e analisados por meio da técnica de RT-PCR. O achado confirma que o mosquito Aedes aegypti é o principal vetor do patógeno no Rio de Janeiro. Nenhum mosquito das outras duas espécies foi encontrado naturalmente infectado. Confira o estudo.