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14/09/2007

Ministério da Saúde inicia amplo estudo sobre cobertura vacinal


A partir de 15 de setembro, e pelas próximas seis semanas, todas as capitais brasileiras vão compor um amplo estudo promovido pelo Ministério da Saúde acerca da cobertura vacinal em crianças nascidas entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2005. No Rio de Janeiro, o estudo é coordenado pelas pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca Silvana Granado e Maria do Carmo Leal. Abaixo, uma entrevista com Silvana.


 Silvana: a Santa Casa fará a análise dos dados, que estarão disponíveis a estudantes (Foto: Virginia Damas)

 Silvana: a Santa Casa fará a análise dos dados, que estarão disponíveis a estudantes (Foto: Virginia Damas)


O que é esse estudo sobre cobertura vacinal nas áreas urbanas do Rio de Janeiro?

Silvana Granado:
Este estudo é uma demanda do Ministério da Saúde com o intuito de avaliar a cobertura das vacinas obrigatórias em crianças nascidas em 2005 (01/01 a 31/12) por meio de averiguação da caderneta de vacinação. Ele ocorrerá em todas as 26 capitais brasileiras, mais o Distrito Federal. O estudo é coordenado nacionalmente pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e aqui no Rio de Janeiro a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz e também pesquisadora da Ensp, Maria do Carmo Leal, e eu somos as responsáveis pelo trabalho de campo.


Como será a coleta desses dados?

Silvana:
Nós vamos pesquisar em todas os cinco extratos sociais (A, B, C, D e E), conforme estabelecido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e pretendemos atingir 1.050 domicílios, divididos igualmente em cada uma das classes. Entretanto, se tivermos duas crianças em cada residência, só vamos ver a caderneta de vacinação de uma delas. Um dos problemas dessa pesquisa é que ela não prevê reposição, ou seja, se o entrevistador for a uma residência e não puder entrar, é menos uma caderneta para o resultado final. Então é quase certo que não teremos 1.050 respostas no Rio de Janeiro.


A equipe espera algum tipo de problema durante a pesquisa?

Silvana:
Com o nível de violência do Rio de Janeiro a nossa maior preocupação é não conseguir entrar nas residências. Todos os membros da equipe estarão munidos de carta de apresentação e crachá de identificação para que as pessoas saibam e acreditem neste trabalho. Nós sabemos que entrar em regiõpes de classes D e E são mais perigosos, entretanto, a classe alta – como Alto Leblon, Lagoa, é mais difícil de conseguirmos analisar as cadernetas de vacinação pois muitas vezes as mães ou responsáveis pelas crianças não acreditam no trabalho.


Como é formado o grupo de entrevistadores e quais os dados do formulário de pesquisa?

Silvana:
Foram contratados cinco supervisores com nível de doutorado para esse inquérito e cada um deles é responsável por uma equipe de quatro entrevistadores. A cidade foi dividida em cinco regiões e os profissionais serão responsáveis pelo trabalho nas zonas (Oeste, Norte e Sul) específicas que vivem de fato. O que esses entrevistadores farão é chegar na residência, falar com o responsável pela criança, fazer algumas perguntas básicas abordando indicadores sócio-econômicos e analisar a caderneta de vacinação, vendo quando, onde e se as crianças tomaram as vacinas Sabin, hepatite B, tetravalente, BCG, febre amarela (mas não se aplica ao Rio, só se acriança for viajar para uma região endêmica) e a tríplice viral. Nas classes A, B e C vamos investigar todas as vacinas que não fazem parte das vacinas da rotina, se as mães ou responsáveis conhecem vacinas contra varicela (catapora), pneumococo, rotavírus entre outras.


Qual o resultado esperado para essa pesquisa? Ela é inédita no país?

Silvana:
Nós enviaremos os dados coletados para a Santa Casa de São Paulo, que fará a análise dos dados, mas eles estarão disponíveis para estudantes que queiram fazer alguma dissertação sobre o tema. Com o trabalho, o Governo Federal quer realmente promover uma maior estimulação das mães para vacinarem seus filhos, pois em recentes pesquisas realizadas tem se constatado uma piora da cobertura vacinal. Eu não posso afirmar que é uma pesquisa inédita. Lembro que assim que entrei para a Ensp participei de uma pesquisa como essa, mas só abrangendo o estado do Rio de Janeiro. Mas eu acredito que, no Brasil, algo tão grandioso como esse inquérito, seja inédito sim.


Como os pais ou responsáveis podem obter mais informações sobre essa pesquisa?

Silvana:
Basta entrar em contato pelo telefone (21) 2270-6772 e falar com Aline, ou enviar uma mensagem para o e-mail vacina@ensp.fiocruz.br.

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