Para ajudar a conter novos casos de microcefalia relacionados ao vírus zika, a presidenta Dilma Rousseff lançou, no início de dezembro (5/12), o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. Trata-se de uma grande mobilização nacional envolvendo diferentes ministérios e órgãos do governo federal, em parceria com estados e municípios. Confira a documento:
Logo em seguida, o Ministério da Saúde (MS) lançou (15/12) o Protocolo de Atenção à Saúde e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika, que orienta o atendimento desde o pré-natal até o desenvolvimento da criança com microcefalia, em todo o país. O planejamento prevê a mobilização de gestores, especialistas e profissionais de saúde para promover a identificação precoce e os cuidados especializados da gestante e do bebê. O documento recomenda, ainda, as diretrizes para o planejamento reprodutivo, a detecção e notificação de quadros sugestivos de microcefalia e a reabilitação das crianças acometidas pela malformação congênita. Acesse:
Outro documento importante divulgado pelo MS foi o Protocolo para Implantação de Unidades Sentinelas para Vírus Zika. O objetivo é preparar os serviços de vigilância para detecção oportuna do vírus zika, definir unidades sentinela para detectar a circulação e autoctonia do vírus, bem como implantar protocolo de vigilância sindrômica e fluxo laboratorial para diagnóstico a partir dos casos que atendem a definição de caso suspeito.
No dia 13/1, o MS disponibilizou orientações aos gestores e profissionais das equipes da Atenção Básica e Atenção Especializada para a estimulação precoce de bebês com microcefalia. É a primeira vez que o Ministério da Saúde reúne em um único documento todas as diretrizes para estimulação precoce de crianças, de zero a três anos, com atraso no seu desenvolvimento. Elaboradas com apoio de pesquisadores, especialistas e profissionais de diversas instituições do país com experiência e conhecimento sobre estimulação precoce, as diretrizes complementam o Protocolo de Atenção à Saúde e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo Vírus Zika. Confira:
Ainda em dezembro (18/12), com o objetivo de enfrentar o quadro epidemiológico referente à tríplice epidemia no país (dengue, chikungunya e zika), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) criou o Gabinete para o Enfrentamento à Emergência Epidemiológica em Saúde Pública, que visa unificar as ações da instituição frente à Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin). Com a iniciativa, a Fundação aposta nos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação para encontrar respostas para os desafios apresentados pelas três doenças. A meta é também buscar cooperação com outras instituições no Brasil e no âmbito internacional na construção de projetos que ofereçam possibilidades de geração de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias.
O plano de trabalho elaborado pelo Gabinete abrange as ações como a organização da atenção da saúde; a vigilância em saúde; a comunicação e a informação; e o ensino, a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação. Na proposta, estão a elaboração de um desenho de investigação para a definição da etiologia da microcefalia, desenvolvimento de kits diagnósticos para zika e chikungunya, e a criação de um protocolo de acompanhamento de gestantes e bebês em nível nacional.
Em relação à microcefalia e a outras alterações de ordem neurológica, dentre as ações, está o desenvolvimento de um algoritmo para diagnóstico e notificação precoce da doença. Em vigilância e saúde, serão realizados estudos para estimativas de casos. Na área de comunicação, estão previstos a produção de material instrutivo para obstetras e pediatras e o relançamento do site da Rede Dengue, com informações e dados, em todas às áreas, sobre dengue, zika e chikungunya. Para a assistência, deverá ser criado um protocolo de acompanhamento de gestantes e bebês em nível nacional.
O terceiro encontro do Gabinete para o Enfrentamento à Emergência Epidemiológica em Saúde Pública da Fiocruz ocorreu nos dias 6 e 7 de janeiro. Dentre as prioridades imediatas, foram citadas as pesquisas, as ações de controle vetorial, a confecção de testes diagnósticos que possam ser utilizados na rede pública de saúde e o início do estudo epidemiológico, elencados como primordiais. A reunião também discutiu a necessidade de prestar uma resposta a médio prazo, que pode ser dada em até seis meses, para o enfrentamento desta emergência sanitária.