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13/07/2005

Ministro da Saúde assina acordo com a Unaids para a criação do 1º Centro Internacional de Cooperação Técnica em HIV/Aids

Adriana Melo e Fernanda Marques










Política brasileira de combate à Aids é elogiada na cerimônia de encerramento da 3ª Conferência da IAS


 


Terminou nesta quarta-feira (27/07), no Riocentro, no Rio de Janeiro, a 3ª Conferência da IAS (Sociedade Internacional de Aids) sobre Patogênese e Tratamento do HIV. Na cerimônia de encerramento, que contou com a presença do ministro da Saúde Saraiva Felipe, foi assinado um acordo entre o Governo do Brasil e o Programa das Nações Unidas para HIV/Aids (Unaids) para a criação do primeiro Centro Internacional de Cooperação Técnica em HIV/Aids (Cict), que funcionará na sede do Ministério da Saúde, em Brasília. Além disso, especialistas fizeram um balanço do encontro e ressaltaram a excelência das ações do governo brasileiro na prevenção e tratamento da doença.












André Az/Fiocruz


Saraiva Felipe e Pedro Chequer no encerramento da 3ª Conferência da Sociedade Internacional de Aids, no Rio de Janeiro
 

Na Conferência, da qual participaram 4.980 delegados de 128 países, foram apresentados 1.422 trabalhos. "Os últimos dias foram muito estimulantes", disse Craig McClure, diretor executivo da IAS. "Precisamos traduzir os resultados apresentados em políticas públicas para o combate ao HIV". Helene Gayle, presidente da IAS, concordou com McClure: "A conferência foi muito bem sucedida. Analisamos todo o espectro de pesquisas, novas terapias e a evolução do quadro epidêmico da Aids", declarou. "Agora é necessário aumentar as oportunidades de acesso ao tratamento e à prevenção da doença, o que o Brasil faz com muito sucesso".


"As apresentações mostraram que, às vezes, as políticas públicas de saúde podem ser mais eficientes nos países em desenvolvimento que nas nações mais ricas", disse Mauro Schechter, da UFRJ. Celso Ramos, da Sociedade Brasileira de Infectologia, ilustrou com números a declaração de Schechter. "Entre os 15 países que mais mandaram resumos de trabalhos para aprovação, oito eram países em desenvolvimento, de onde também vieram 50% dos participantes da Conferência", contabilizou Ramos. "E eles apresentaram um nível muito interessante em termos de ciência e pesquisa, o que mostra que estão buscando oportunidades para melhorar a qualidade de vida de suas populações", completou.


O ministro da Saúde brasileiro lembrou que há quase dez anos o país vem oferecendo tratamento gratuito aos portadores do HIV. "Desde 1996 aplicamos o princípio da universalidade no tratamento da Aids com a distribuição do coquetel de anti-retrovirais, que inclui medicamentos de última geração", disse Saraiva. Peter Piot, diretor da Unaids, elogiou o programa brasileiro de combate ao HIV. "Não há dúvida de que, quando a história da Aids for escrita, a experiência do Brasil merecerá um capítulo à parte: o país foi pioneiro ao oferecer acesso de ampla escala aos anti-retrovirais. Também foi o primeiro a conjugar prevenção e tratamento", declarou Piot.


Julho/2005

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