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07/07/2010

Morre o sanitarista Nildo Aguiar, um dos precurssores da Reforma Sanitária

José Noronha


Morreu no domingo (4/7) o cirurgião sanitarista Nildo Eimar de Almeida Aguiar, um dos precurssores da Reforma Sanitária brasileira, aos 88 anos. Junto com Carlos Gentile de Mello, inspirou toda uma geração de sanitaristas, entre os quais o ministro da Saúde, José Temporão. Amazonense que se radicou no Rio de Janeiro nos anos 40, estabeleceu-se como médico socorrista do Samdu, precursor do Samu, nos anos 50. Dirigiu o Hospital de Ipanema logo depois do golpe de 1964, naquela época centro de referência por onde passaram por seus cuidados Glauber Rocha, José Carlos de Oliveira, Stanislaw Ponte Preta, entre tantos outros.


 Nildo Eimar de Almeida Aguiar (Foto: Acervo José Noronha)

Nildo Eimar de Almeida Aguiar (Foto: Acervo José Noronha)


Dedicou sua vida ao serviço público. Pioneiro na luta contra as infecções hospitalares, implantou no Hospital de Ipanema o primeiro programa no país. Trabalhou com Waldir Arcoverde, que foi ministro da Saúde, coordenando de maneira pioneira a organização do sistema nacional de combate ao câncer, em 1980.


Esteve presente nos momentos críticos do desenvolvimento do SUS no país. Desde a sua concepção, época em que atuou como dirigente regional do Inamps, a despeito das relutâncias do regime da época, o primeiro programa de atendimento universal no Estado do Rio de Janeiro. O estado era governado por Leonel Brizola, de quem era grande admirador.


Voltou a dirigir várias vezes o Hospital de Ipanema, tendo sido conselheiro de Adib Jatene, quando ministro da Saúde, por duas vezes (1992 e 1995-96). Iniciou no Brasil o processo de verificação da qualidade dos serviços hospitalares em 1986, a partir do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, do qual era membro emérito, seguido da formação do Consórcio Brasileiro de Acreditação de Sistemas e Serviços de Saúde, cujo conselho presidia.


Foi condecorado com a Medalha de Oficial da Ordem do Mérito Médico e Medalha de Ouro Oswaldo Cruz, as mais altas honrarias no campo da saúde, e a Medalha do Mérito da Enfermagem do Rio de Janeiro, entre muitas outras. Deixa Beatriz, sua esposa e companheira de todos os momentos, e Pompeu, seu único filho.


A missa de sétimo dia está marcada para a Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, na Praça Serzedelo Correia, nesta sexta-feira (9/7), às 19h.


Publicado em 7/7/2010.

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