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07/02/2012

Museu da Vida vence concurso internacional de design interativo

Edna Padrão


O Museu da Vida venceu concurso internacional de design interativo na categoria Engajamento (Engaging), em Dublin, na Irlanda, com o projeto da tabela periódica que fez parte da exposição Elementar, a química que faz o mundo, em homenagem ao Ano Internacional da Química em 2011. O módulo era um dos quatro finalistas em sua categoria no Interaction Awards, promovido pelo Interaction Design Association (IxDA), instituição fundada em 2003 que reúne mais de 15 mil associados em todo o mundo.


 A designer Mariana Duprat recebe o prêmio em Dublin, Irlanda. Foto: divulgação.

A designer Mariana Duprat recebe o prêmio em Dublin, Irlanda. Foto: divulgação.


Além do prêmio concedido pelo júri oficial, o público também votou no módulo Interaction Cubes (Cubos de Interação). No total, o concurso computou mais de 4 mil votos. O projeto também ganhou a votação do júri popular, feita pela Internet. A cerimônia de premiação foi no sábado, 4 de fevereiro, quando houve o encerramento da Interaction 12, evento que apresentou as novidades do setor na cidade irlandesa. A premiação – realizada pela primeira vez – recebeu patrocínio do Google, gigante de buscas na Internet.



“Os dois prêmios nos surpreenderam, devido ao fato de estarmos concorrendo com instituições européias, americanas e uma neozelandesa, a maioria do setor privado, com atividades comerciais, e pertencentes a países de maior acesso à Internet. Mas o prêmio mais impactante foi o do júri popular, ao qual concorreram projetos de todas as categorias. Outra questão relevante é que nosso projeto é de divulgação científica e foi desenvolvido em um setor público. Embora com interface robusta, utilizamos material simples. Creio que isso é que fez a diferença, foi o charme do projeto”, afirma Diego Vaz Bevilaqua, um dos mentores da exposição.


A equipe de criação do Museu da Vida elaborou uma tabela periódica interativa, através da qual pode-se compreender a organização dos elementos químicos por meio de cubos feitos com material leve e de fácil manuseio com as informações e fotos de cada um dos 118 elementos conhecidos. O módulo - construído a partir de dispositivos antigos, que foram destinados ao lixo: uma webcam velha, uma antiga TV de tubo e um computador - fez parte da exposição Elementar – a química que faz o mundo", que comemorou o Ano Internacional da Química.


 Crianças observam o modulo interativo. Foto: Peter Illicciev.

Crianças observam o modulo interativo. Foto: Peter Illicciev.


Para Fábio Gouveia, curador da exposição, foi fantástica a repercussão do módulo na área de design. “O módulo foi concebido primeiramente por Mariana Duprat, design que atuou no Museu da Vida. Foi dela que surgiu a idéia de participar do concurso”, diz.


Os dois pesquisadores destacam também o temor dos estudantes em relação à tabela periódica e à própria química. “As pessoas não entendem muito química. Falar de química é falar de elemento, é falar de átomo em seu estado mais puro e como ele se relaciona conosco. Na tabela periódica, o público escolhe os caminhos que vai percorrer para chegar às informações. Ao navegarem pelo modulo, passam a ter uma relação afetiva com essas informações. Para estimular o interesse, os textos da tabela foram focados em curiosidades", afirmam.


A mostra ficou em cartaz de abril a setembro de 2011, no campus da Fiocruz, em Manguinhos (RJ), e de outubro a novembro na Universidade Federal de Roraima, em Boa Vista. A tabela periódica foi concebida a partir de uma tecnologia simples, como um código em 2D (QR Code), direcionando o link para os arquivos locais que contém os vídeos. O sistema aciona uma leitora ótica que lê o código e apresenta um vídeo fornecido pela The Nottingham University (Reino Unido) com explicações de um cientista sobre o elemento. Desta forma os idealizadores conseguiram atrair o público-alvo da mostra, composto, principalmente, por adolescentes de escolas públicas.


Cerca de 10 mil pessoas visitaram a exposição no Museu da Vida. A mostra foi realizada em conjunto com a Sociedade Brasileira de Química e contou com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro e do CNPq/Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.


Publicado em 6/2/2012.

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