24/08/2020
Aline Câmera e Júlia Dias (Agência Fiocruz de Notícias)
Desde a confirmação dos primeiros casos da Covid-19, a Fiocruz, instituição vinculada ao Ministério da Saúde, vem trabalhando para dar respostas em diversas áreas. Após desenvolver os testes moleculares para detecção da doença e aumentar sua escala de produção progressivamente, a Fundação inicia a operação de mais uma Unidade de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19. A iniciativa se insere na estratégia de apoio aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacen) e ampliação da capacidade nacional de processamento de amostras, ação fundamental para a vigilância epidemiológica do vírus e o enfrentamento da pandemia. Confira imagens, vídeos e materiais de apoio.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, o governador do Ceará, Camilo Santana, e a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, na inauguração de hoje (Foto: Carlos Gabaja)
“A Fiocruz vem buscando ser parte da resposta à crise humanitária que estamos vivendo desde o início da pandemia. A nossa tradição de 120 anos e a presença em todas as regiões do país nos permitem contribuir com o Ministério da Saúde na estratégia nacional de testagem. Além da mobilização das nossas unidades regionais no apoio aos Lacens locais, unimos esforços para implantar as Unidades de Apoio, que permanecerão como legado para o sistema de vigilância nacional e para o Sistema Único de Saúde [SUS] mesmo após o fim da emergência”, destaca a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
A Unidade do Ceará tem potencial para processar diariamente até 10 mil testes moleculares. Em seu pleno funcionamento, cerca de 200 profissionais, entre biologistas e técnicos de laboratório capacitados, se revezarão em três turnos de trabalho para processar as amostras que são enviadas pelo Ministério da Saúde. Para encaminhar as amostras, o MS realiza, com o apoio da Fiocruz, um monitoramento levando em conta a otimização logística, a demanda dos estados e a capacidade diária de processamento de cada Unidade de Apoio.
Com potencial para processar diariamente até 10 mil testes moleculares, a nova unidade está localizada no campus da Fiocruz Ceará, no Distrito de Inovação do Eusébio (foto: Divulgação)
Construída em pouco mais de dois meses, as novas instalações do Ceará ocupam uma área de aproximadamente 2,3 mil m2. A obra foi financiada pela ElopPar (controlada por Bradesco e Banco do Brasil e acionista majoritária de Alelo, Livelo, Veloe e Digio, além da Bandeira Elo) e UnitedHealth Group Brasil (UHG Brasil). O Ministério da Saúde custeará a operação. Em seu pleno funcionamento, cerca de 200 profissionais, entre biologistas e técnicos de laboratório capacitados, se revezarão em três turnos de trabalho para processar as amostras que são encaminhadas pelo Ministério da Saúde.
“A Unidade de Apoio consolida a atuação da Fiocruz no Ceará, que desde o início da pandemia colabora com o Governo do Estado para ampliar a capacidade de diagnóstico da Covid -19. A testagem em massa é muito importante para o controle do coronavírus e nossos profissionais estão prontos para contribuir com essa importante iniciativa”, ressalta o coordenador da Fiocruz Ceará, Carlile Lavor.
Durante o encontro que marcou o início das atividades no Ceará, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello destacou as ações da Fiocruz e o papel do SUS, com sua gestão tripartite, no enfrentamento da Covid-19: "É muito importante estarmos aqui e presenciarmos o Sistema Único de Saúde e a sua capilarização. A resposta que o SUS deu à pandemia será reconhecida no mundo", pontuou ele.
A presidente Nísia aproveitou a oportunidade para ressaltar também a importância regional das novas instalações: “É importante reforçar a dimensão local deste trabalho, a Fiocruz é uma instituição nacional, que valoriza essa base nos territórios. Isto é central e fazer esta Unidade de Apoio ao Diagnóstico no Ceará tem implicações para o estado, mas também para toda a região. Não é um dia de festa, devido às grandes perdas que estamos enfrentando, mas é um dia de realização. É um dia em que afirmamos os valores maiores da ciência, da tecnologia e do SUS", afirmou a presidente da Fundação, Nísia Trindade Lima.
"A nossa tradição de 120 anos e a presença em todas as regiões do país nos permitem contribuir com o Ministério da Saúde na estratégia nacional de testagem", disse a presidente da Fiocruz (Foto: Carlos Gabaja)
“A Unidade de Apoio consolida a atuação da Fiocruz no Ceará, que desde o início da pandemia colabora com o Governo do Estado para ampliar a capacidade de diagnóstico da Covid -19. Este laboratório representa uma grande contribuição na luta contra a doença. A testagem em massa é muito importante para o controle do coronavírus e nossos profissionais estão prontos para contribuir com essa importante iniciativa. Esperamos contribuir para a saúde do Brasil e especialmente do Nordeste”, completou o coordenador da Fiocruz Ceará, Carlile Lavor.
Clique na imagem para ampliar.
Segundo o governador do Ceará, Camilo Santana, o SUS é responsável pelo acesso à saúde de mais de 80% da população do estado, o que ressalta a necessidade de “fortalecer um SUS cooperado e integrado”. Camilo aproveitou a oportunidade para destacar que a iniciativa é fruto do “esforço conjunto entre a iniciativa privada e o poder público. “A pandemia mostrou o espírito de solidariedade que os brasileiros têm”, pontuou ele.
Para viabilizar não apenas a Unidade do Ceará, mas também a do Rio de Janeiro, que começou a funcionar no início do mês, a Fiocruz contou com a doação de cerca de R$ 200 milhões do setor privado. O Ministério da Saúde, que já destinou desde o início do ano, cerca de R$ 930 milhões para as ações da Fundação no âmbito da testagem, custeará a operação das Unidades de Apoio.
Apenas a iniciativa Todos pela Saúde, liderada pelo Itaú Unibanco, destinou aporte de cerca de R$ 180 milhões para a ação. No Ceará, o valor foi empregado na compra de plataformas automatizadas que permitem o processamento em larga escala. “É só através de mais encontros e menos desencontros, compartilhando nosso saber e nossos recursos, que conseguiremos construir uma sociedade mais justa e mais fraterna”, pontuou Paulo Chap Chap, presidente do Hospital Sírio Libanês e responsável pelo grupo de médicos que compõe o comitê gestor do Todos pela Saúde.
Construída em pouco mais de dois meses, a Unidade do Ceará ocupa uma área de aproximadamente 2,3 mil m2. A obra recebeu financiamento da Elopar (controlada por Bradesco e Banco do Brasil e acionista majoritária de Alelo, Livelo, Veloe e Digio, além da Bandeira Elo) e do UnitedHealth Group Brasil (UHG Brasil). As empresas doaram, respectivamente, R$ 20 milhões e R$ 5,3 milhões para a causa.
“O Brasil tem sido fortemente afetado por essa pandemia que se alonga, mas com a união de esforços e a contribuição de todos certamente alcançaremos bons resultados”, pontuou o diretor regional do Bradesco, Marcos Daniel Boll, que representou a Elopar no encontro. O vice-presidente de Relações Institucionais do UHG Brasil, Renato Freire Casarotti, também ressaltou a importância da parceria: “Tenho certeza de que juntos atravessaremos essa pandemia e sairemos do outro lado pensando talvez em um sistema de saúde mais integrado e uma sociedade brasileira mais unida, que tenha percepção que o futuro só será construído de forma conjunta”, completou ele.
Além dos testes de diagnóstico por RT-PCR, as unidades do Rio de Janeiro e Ceará também foram contempladas, na doação recebida do Todos pela Saúde, com modernas plataformas para execução de testes sorológicos em escala. Baseados na detecção da resposta imunológica após infecção, esses testes são complementares para o enfrentamento da pandemia e já estão sendo realizados para apoiar inquéritos epidemiológicos, avaliações em populações vulneráveis, entre outros. A ação agrega a capacidade nominal de 12 mil testes por dia em cada uma das novas centrais, ofertando apoio adicional ao sistema público de vigilância em saúde.
O início da operação das novas centrais coroa uma série de ações da Fiocruz voltada para apoiar o MS na ampliação da capacidade de testagem da população. Além do campus da Fundação no Rio de Janeiro e da regional do Ceará, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná e o grupo Dasa, em São Paulo, sediam as outras Unidades de Apoio ao Diagnóstico da Covid-19. Com exceção dessas últimas, a operacionalização dos equipamentos é toda gerenciada pela Fiocruz, que atua desde a instalação e treinamento de pessoal, até o fornecimento dos insumos necessários e assistência técnica. Em seu pleno funcionamento, as quatro unidades juntas terão capacidade de processar por mês mais de um milhão de testes moleculares.
Atualizada em 24/8/2020, às 17h55.