23/11/2022
Gustavo Mendelsohn de Carvalho (Agência Fiocruz de Notícias)*
Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) coloca a Fiocruz entre os 15 principais produtores mundiais de vacinas. O Relatório Global do Mercado de Vacinas 2022 (Global Vaccine Market) traz informações sobre a dinâmica do mercado de vacinas, com base nos dados fornecidos pelos Estados Membros da OMS. Com o subtítulo Um entendimento compartilhado para o acesso equitativo às vacinas, o documento “visa capturar lições da pandemia de Covid-19 e destacar a oportunidade para uma ação global mais ambiciosa: expandir o acesso sustentável a vacinas para todos em direção à Agenda de Imunização 2030 e aos esforços de prevenção, preparação e resposta à pandemia”. O Instituto Butantan também faz parte do ranking de produtores divulgado pelo relatório da OMS.
Fiocruz entrega, em média, 120 milhões de doses de vacinas anualmente ao PNI (foto: Bernardo Portella, Bio-Manguinhos/Fiocruz)
“Ficamos felizes de figurar entre os principais produtores de vacinas e de ter contribuído para melhorar a saúde das pessoas contra diferentes doenças e para salvar vidas. Esse dado é fruto de décadas de trabalho da instituição e da tradição do país em políticas públicas de vacinação, que envolve a produção dos insumos em saúde, como se verifica também com a presença do Instituto Butantan entre os maiores produtores. Realço a importância de se diminuírem as desigualdades na capacidade de produção de bens de saúde entre países, como vacinas, medicamentos e testes diagnósticos, por meio da descentralização dessa produção", afirma a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima. "Espero que mais países de renda média e baixa possam desenvolver essa capacidade e que prevaleça uma lógica de cooperação, conforme os princípios da abordagem One Health. Ao lado da descentralização da produção, o fortalecimento dos sistemas de saúde e de proteção social e investimentos contínuos em Ciência, Tecnologia e Inovação nos diferentes países serão elementos fundamentais para enfrentar as emergências sanitárias, presentes e por vir, e para promover uma única saúde planetária”.
No documento, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirma que embora a Covid-19 tenha destacado a relevância das vacinas, também ressaltou as desigualdades no acesso aos imunizantes. Citando o exemplo da vacina contra o papilomavírus humano, usada na prevenção do câncer do colo do útero - introduzida em apenas 41% dos países de baixa renda, mas em 83% dos países mais ricos – Adhanom defende mais esforços para aliviar as disparidades de preços, uma vez que “os países de baixa renda lutam para acessar as vacinas que estão em demanda em todo o mundo.
A Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), aparece no relatório entre os 15 maiores produtores de imunizantes. O portfólio de vacinas da Fundação é composto por 12 produtos, incluindo os imunizantes contra a Covid-19, febre amarela, poliomielite, e a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Em média, 120 milhões de doses são entregues anualmente ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, número que aumentou muito nos últimos anos com a vacina contra o coronavírus.
*Com informações da CNN Brasil.