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01/03/2023

Fiocruz e DNDi assinam Acordo de Aliança Estratégica

Fundação Oswaldo Cruz


A Fiocruz e a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) assinaram nesta quarta-feira (1º/3) um Acordo de Aliança Estratégica, que amplia e fortalece o relacionamento entre as duas instituições. O objetivo da aliança é implementar, até 2027, ações que ajudem a garantir que medicamentos sejam desenvolvidos e entregues a pacientes de comunidades frequentemente negligenciadas, num acordo que não deverá se limitar à América Latina. Ao contrário de memorandos de entendimento anteriores entre a Fiocruz e a DNDi – como o assinado em 2022 para pesquisa e tratamento da dengue – este é mais amplo e estabelece a formação de um Comitê Estratégico Conjunto para supervisionar as colaborações.

O vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS), Marco Kriege, e o diretor-executivo da DNDi para América Latina, Sergio Sosa-Estani María, assinam o documento no Castelo de Manguinhos
(Foto: Peter Ilicciev)

 

Em 2003, a Fiocruz se juntou a  seis outras instituições de saúde para fundar a DNDi, num esforço conjunto para  responder à frustração de médicos e profissionais da saúde  que, em diversos países, lidavam com a inexistência de tratamentos capazes de tratar algumas doenças ou que dispunham apenas de medicamentos ineficazes, inseguros e inacessíveis. Ao contrário de memorandos de entendimento anteriores entre a Fiocruz e a DNDi - como o assinado em 2022 para pesquisa e desenvolvimento de tratamento para a  dengue - este acordo é mais amplo e estabelece a formação de um Comitê Estratégico Conjunto para supervisionar as colaborações presentes e futuras.

“Para nós, este é um dia especial porque está mudando a relação de membro fundador em muitos projetos importantes para uma Aliança Estratégia, com uma visão mais ampla que nos permitirá trabalhar de forma simultânea em várias iniciativas”, disse o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde (VPPIS) da Fiocruz, Marco Krieger, que assinou o acordo como presidente em exercício, na ausência de Mário Moreira. “A pandemia de Covid-19 mostrou a importância da contribuição local no enfrentamento dos problemas que existem na região. Fizemos isso com a doença de Chagas. A história desta casa mostra as contribuições das ciências brasileira e latino-americana no enfrentamento de uma doença que era um problema na região. É esse espírito que queremos resgatar”, disse Krieger, na Biblioteca de Obras Raras no Castelo Mourisco.

Pelo acordo, a aliança buscará promover o desenvolvimento de medicamentos e biofármacos para doenças virais e doenças tropicais negligenciadas; melhorar o acesso de populações negligenciadas a medicamentos; estimular ensaios clínicos; promover a ciência aberta e o compartilhamento de dados; além de  iniciativas educativas sobre doenças negligenciadas. E para operacionalizar e atingir esses objetivos foi criado o Comitê, composto por seis membros de cada instituição, que vai supervisionar e discutir o planejamento e a estratégia da Aliança. Pelo menos duas vezes por ano, seus membros deverão se reunir para tratar de pontos de colaboração a longo prazo. E cada projeto resultante deverá ter um acordo específico.

Para o diretor-executivo da DNDi para América Latina, Sergio Sosa-Estani, o Acordo de Aliança Estratégica foi “construído de maneira natural e sólida”, uma evolução do relacionamento entre as duas instituições e que poderá beneficiar o Sul Global. “O fato de ter a doença de Chagas como emblemática em nosso portfólio mostra a influência da Fiocruz”, disse Sosa-Estani, destacando ainda os trabalhos em leishmaniose, hepatite C e, mais recentemente, dengue. “A Aliança Estratégia é uma oportunidade para contribuir para o desenvolvimento de projetos no Sul Global. A cooperação Sul-Sul é hoje uma necessidade, e sem dúvida a Fiocruz tem uma tremenda importância nisso. E nós, na DNDi, sentimos uma responsabilidade de contribuir nessa dinâmica”.

Pela Fiocruz, o comitê será composto por Marco Krieger, pelo pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), Jorge Bermudez, pelo coordenador da Plataforma de Pesquisa Clínica da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB), André Bastos Daher, pelo assessor técnico da VPPIS Jorge Carlos Santos da Costa e pela coordenadora de Informação e Comunicação da Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), Vanessa Arruda Jorge. Bermudez e Daher já ocupavam assentos no Conselho e no Comitê Técnico da DNDi, respectivamente, pelo fato de a Fiocruz ser um dos membros fundadores da Iniciativa.

Além de Sosa-Estani, a DNDi será representada no Comitê pelo líder para Doença de Chagas, Jesús Pinazo, pela diretora do Cluster para Doenças Virais, Isabela Ribeiro, pelo diretor do cluster NTD-HAT-Filária-Chagas, Stéphane Hugonnet, e pelo diretor de Estratégia e Operações, Rudi Paye. O assessor do Gabinete da Presidência da Fundação, Valber da Silva Frutuoso, e o gerente de Pesquisa e Desenvolvimento e Parcerias da DNDi, Jadel Müller Kratz, serão os gestores da Aliança.

Na assinatura do acordo estiveram presentes, pela Fiocruz, Krieger, como presidente em exercício, o diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), Jorge Mendonça, Bermudez; o coordenador-adjunto do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris), Pedro Burger, Frutuoso, Daher, a assessora técnica da VPPIS, Sandra Soares, o chefe de Gabinete do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), Daniel Godoy, e o assessor para Assuntos Internacionais do Instituto Nacional de Infectologia (INI), Tiago Nery. Sosa-Estani, Jadel Kratz, a líder de Assuntos Externos, Simone Rocha, e a diretora médica e de Projetos Clínicos, Fabiana Barreira, representaram a DNDi.

Criada em 2003, a DNDi é uma organização internacional de pesquisa e desenvolvimento sem fins lucrativos. Ela trabalha para oferecer novos tratamentos para pacientes negligenciados em todo o mundo. A Iniciativa atua em colaboração com a comunidade internacional de pesquisa, o setor público e a indústria farmacêutica, entre outros parceiros.

Com 122 anos de existência, a Fiocruz tem por missão produzir, difundir e compartilhar conhecimentos e tecnologias voltados ao fortalecimento e consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil. A Fundação busca contribuir para a promoção da saúde e qualidade de vida da população brasileira, para a redução das desigualdades sociais e para a dinâmica da inovação, tendo como valores centrais a defesa do direito à saúde e a cidadania ampla.

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