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17/03/2023

Visitas à Fiocruz impulsionam construção da Plataforma Fiocruz Ceará-Pasteur

Ciro Oiticica e Cristina Azevedo (Agência Fiocruz de Notícias)


O governador do Ceará, Elmano de Freitas, foi recebido, nesta quinta-feira (16/3), pelo presidente interino da Fiocruz, Mario Moreira, para discutir avanços no Distrito de Inovação em Saúde do Eusébio, do qual a Fiocruz Ceará é parte. A reunião centrou-se nos investimentos para a região e na atração de parceiros que venham a se somar ao polo industrial de saúde, entre os quais, o Instituto Pasteur. Abordaram-se ainda questões urbanísticas e jurídicas para acelerar a implantação da infraestrutura necessária. 

Governador do Ceará, Elmano de Freitas foi recebido, nesta quinta-feira (16/3), pelo presidente interino da Fiocruz, Mario Moreira, e outros representantes da instituição (foto: Carlos Gibaja / Governo do Ceará)

 

“O momento é de reconstrução, mas também de retomada”, comentou o presidente da Fiocruz. “Temos de aproveitar o momento para dar um empuxo no próprio Distrito de Inovação”. O governador Elmano de Freitas celebrou a parceria e garantiu que os desafios mais imediatos serão superados. 

O Instituto Pasteur é um dos parceiros interessados em participar do polo industrial em saúde. Em conversas mais avançadas para se instalar na área, o instituto já definiu um expert técnico internacional para acompanhar e se integrar às atividades. “Essa iniciativa tem concretude e é agora irreversível”, disse Wilson Savino, assessor especial da Presidência da Fiocruz, que participou remotamente da reunião. “Esse fato científico e político torna definitivo o laço entre o Governo do Ceará, a Fiocruz e o Instituto Pasteur”. Mario Moreira situou a vinda do Pasteur em um movimento mais amplo de atração de colaboradores. “Isso é parte do florescimento de uma indústria qualificada no entorno do Distrito de Inovação”.

Reunião centrou-se nos investimentos para o Distrito de Inovação em Saúde do Eusébio e na atração de parceiros que venham a se somar ao polo industrial de saúde (foto: Carlos Gibaja / Governo do Ceará)

 

Além do presidente interino, Mario Moreira, e do assessor especial, Wilson Savino, a comitiva da Presidência da Fiocruz contou com Paulo Gadelha, coordenador da Estratégia Fiocruz para a Agenda 2030, e Artur Couto, vice-diretor de Gestão e Mercado do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Estiveram presentes, pela Fiocruz Ceará, a coordenadora-geral Carla Celedônio e coordenador de Inovação, Odorico Monteiro. O diretor da Associação para o Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Saúde (ADTIS), Carlo Ferrentini, também participou, bem como a assessora Edna Cassimiro e o procurador-geral do Estado, Rafael Machado Moraes. Pelo Governo do Ceará, acompanharam o governador Elmano de Freitas a secretária de Saúde, Tânia Mara Silva Coelho, e o secretário de Assuntos Federativos, Leonardo Araújo.

Plataforma Fiocruz Ceará-Pasteur inicia nova fase

A construção da Plataforma Fiocruz Ceará-Pasteur entra em uma nova fase que conta com o auxílio de pesquisadores para identificar potenciais parceiros para linhas de pesquisa e iniciar a aproximação entre as instituições. Um edital, com elaboração pela Embaixada da França, pelo Instituto Pasteur e pela Fiocruz, selecionou a pesquisadora Caroline Pereira Bittencourt Passaes para assumir a posição de conselheira científica regional do Instituto Pasteur – Fiocruz Ceará. Com mestrado e doutorado pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e há dez anos trabalhando no Instituto Pasteur, Caroline visitou diversas unidades da Fundação, no Rio de Janeiro, nesta semana (13 e 14/3). 

A nova fase, segundo o vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Rodrigo Correa-Oliveira, é “um marco importante”, numa cooperação que “vem sendo construída há anos e que cresce cada vez mais”. “Esse processo de integração mostra o grande interesse das instituições em promover essa colaboração”, disse Rodrigo, destacando o apoio do presidente interino Mario Moreira a essa parceria, considerada estratégica.

Construção da Plataforma Fiocruz Ceará-Pasteur entra em uma nova fase que conta com o auxílio de pesquisadores para identificar potenciais parceiros para linhas de pesquisa e iniciar a aproximação entre as instituições (foto: Pedro Linger)

 

Em sua visita ao Castelo Mourisco da Fiocruz, a pesquisadora Caroline foi acompanhada por Rodrigo; pelo adido de Ciência e Tecnologia da embaixada, Nacer Boubenna; e pela gerente de Cooperação Regional do Pasteur para Américas, Chloé Rabiet; além de Carla Celedônio, coordenadora da Fiocruz Ceará, e Ilka Villardo, assessora do Centro de Relações Internacionais para a Saúde (Cris/Fiocruz). “O acordo é um resultado da ‘diplomacia da ciência’”, destacou Nacer Boubenna. “Usamos a ciência para reforçar as colaborações entre os países e também lembrar que os resultados científicos podem ajudar na tomada de decisões políticas. Isso é muito importante, como estamos vendo com o meio ambiente e a saúde: a importância da palavra dos pesquisadores ser ouvida”.

O plano estratégico de integração, pensado pelo coordenador de Pesquisa na Fiocruz Ceará, João Hermínio Martins da Silva, e pelo assessor especial da Fiocruz para a cooperação com Instituições Francesas, Wilson Savino, começa a ser refinado por Carla Celedônio, há dois meses no cargo de diretora da Fiocruz Ceará. “No momento em que unidade da Fiocruz no Ceará completa 15 anos de existência, a plataforma tem condições de contribuir não só para o Nordeste, mas para o país como um todo”, afirma Carla. 
Em um segundo momento, a estratégia integrativa visa ainda identificar possibilidades de trabalhos conjuntos entre o Departamento de Ensino do Pasteur e a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz). “Tenho muitas possibilidades de trabalho pela frente”, comentou a pesquisadora.

Virologista e uma das coautoras no estudo sobre o terceiro caso de cura da Aids, Caroline terá uma abordagem mais ampla, envolvendo toda a sua experiência em imunologia e imunoterapia, com foco não mais apenas em doenças infecciosas, mas também em doenças degenerativas e câncer. A ideia é que as pesquisas rendam frutos para a aplicação no Sistema Único de Saúde (SUS). “Tenho certeza de que o fato de conhecer as duas instituições será um grande facilitador. Isso torna o começo do trabalho imediato, porque não será necessário o tempo de aprendizado sobre as estruturas”, destacou.

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