24/03/2023
Claudia Lima (Agência Fiocruz de Notícias)
A Comissão Eleitoral encerrou, nesta sexta-feira (24/3), a apuração dos votos da Eleição Fiocruz para a Presidência. O candidato Mario Moreira foi eleito pelos servidores públicos ativos da instituição com 3.405 votos - 91,68% do total de 3.714 votos válidos. Moreira é o atual diretor executivo da instituição, onde trabalha desde 1994, e deverá concluir o mandato até 2024. O processo eleitoral foi convocado extraordinariamente pelo Conselho Deliberativo (CD) no dia 12 de janeiro, devido ao impedimento de exercício por Nísia Trindade Lima, nomeada ministra da Saúde.
O candidato Mario Moreira foi eleito pelos servidores púbicos ativos da instituição com 3.405 votos - 91,68% do total de 3.714 votos válidos (foto: Divulgação)
Em cenário de candidatura única, esse foi o processo eleitoral com maior participação dos servidores da Fiocruz, numa demonstração de fortalecimento da gestão participativa e democrática na instituição. Pelo Regulamento Eleitoral (Art. 25), no caso de candidatura única, é preciso que o candidato obtenha 30% ou mais dos votos válidos. O resultado será encaminhado pela Comissão Eleitoral para homologação do Conselho Deliberativo, na reunião de 31/3. O nome do candidato eleito será então enviado para a ministra da Saúde e para o presidente da República, que decidem sobre a nomeação.
“É um momento inimaginável na minha vida e devo dizer que fiquei positivamente surpreso com o resultado”, disse. “Queria agradecer a cada um dos 3.405 votos e a cada um que conversou comigo, cada crítica, cada elogio. Foi um momento de reflexão”, discursou. “Acredito numa Fiocruz que tem a possibilidade de fortalecer suas bases institucionais para contribuir de uma forma muito mais efetiva para reconstruir o país, colocá-lo na rota do desenvolvimento, do enfrentamento da desigualdade”, afirmou.
Mario Moreira lembrou que o Brasil passa por um momento difícil e que haverá muitos desafios. “Temos um governo de diálogo, que entende o papel da Fiocruz, da ciência e da tecnologia. Temos que ampliar nossa base de diálogo com a sociedade brasileira. Viva a Fiocruz, viva o Sistema Único de Saúde”, comemorou.
A presidente da Comissão Eleitoral, Maria do Carmo Leal, abriu a cerimônia de apuração dos votos. “Chegamos ao momento final desta eleição, depois de um excelente comparecimento às urnas, com mais de 80% de presença dos eleitores - a maior cobertura eleitoral de toda a história das eleições na Fiocruz para eleições com candidatos únicos”, avaliou. “A integridade e lisura do processo eleitoral foi atestada pela auditoria externa da UFF”, ressaltou.
O candidato
Na Fiocruz desde 1994, Mario Moreira é doutor em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Paraná, com estágio doutoral na Universidade de Coimbra, em Portugal; e mestre em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) e em Gestão de Tecnologias e Inovação pela Universidade de Sussex, no Reino Unido.
O candidato eleito é especialista em Gestão Pública pela Fundação Getúlio Vargas e, em 2017, tornou-se vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, cargo que passou a ser de diretor executivo no ano passado. Mario Moreira foi designado pela Portaria nº 1.421, de 29 de dezembro de 2022, para o exercício da Presidência da Fundação pelo período de 2 de janeiro a 2 de abril deste ano.
Processo eleitoral
A Eleição Fiocruz para a Presidência, mandato 2023/2024, teve início com a abertura da inscrição de candidatos, que podem ser internos ou de fora dos quadros da instituição, no período de 30 de janeiro a 3 de fevereiro. A única candidatura apresentada foi a de Mario Moreira, homologada pelo Conselho Deliberativo em 16/2. A campanha eleitoral aconteceu de 27/2 a 21/3 e a votação ocorreu nos dias 22, 23 e 24/3, acompanhada em tempo real pela página votação.fiocruz.br.
A campanha eleitoral mobilizou os trabalhadores em reuniões com o candidato nas unidades da Fiocruz. Na véspera da votação (21/3), a Comissão Eleitoral promoveu um debate com a participação de três convidados externos. O objetivo foi trazer para a discussão as expectativas da sociedade em relação ao papel da Fundação. O segundo momento foi de respostas do candidato a perguntas enviada previamente.
Participaram o pesquisador do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ, Wanderley de Souza, gestor na área de Ciência e Tecnologia (C&T); a pós-doutora em Mídia e Cotidiano pela UFF, jornalista, militante dos Direitos Humanos e deputada estadual pelo Psol/RJ, Renata da Silva Souza; e o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto. A gravação está disponível no canal da VideoSaúde no YouTube.
Votação on-line
A apuração dos votos começou logo após o fechamento das urnas eletrônicas, às 17h01 (horário de Brasília) de 24/3, no auditório do Centro de Documentação em História da Saúde (CDHS/COC), no campus Manguinhos, no Rio de Janeiro. Desde 2020, a eleição para a Presidência da Fundação é realizada na modalidade on-line, por meio de sistema eletrônico amplamente testado por outras instituições e própria Fiocruz.
A Comissão Eleitoral conta com o apoio do Grupo Técnico para Assessoria em Tecnologia da Informação (GTATI), que tem como objetivo prestar suporte ao processo eleitoral na área de segurança da informação e infraestrutura em redes de dados. Para ampliar a transparência e garantir a integridade do processo eleitoral, a Fiocruz convida auditores externos. Este ano, a auditoria está sendo feita por três profissionais da Superintendência de Tecnologia da Informação da Universidade Federal Fluminense (UFF): Felipe Pimenta Pinheiro, Marcos Tadeu von Lutzow Vidal e Yago de Rezende Dos Santos.
A gestão participativa e democrática na Fundação Oswaldo Cruz tem sua maior expressão na escolha do presidente por voto direto dos servidores públicos ativos da instituição. Desde 1992, a Presidência da República avaliza o resultado final com a nomeação do candidato eleito ou do mais votado pela comunidade Fiocruz, no caso de formação de lista tríplice.
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