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29/03/2023

Fiocruz realiza 13º Fórum de Laboratórios de Referência

Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)


A Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência (CVSLR) da Fiocruz promoveu, nesta quarta-feira (29/3), no Rio de Janeiro, o 13º Fórum de Laboratórios de Referência e NB3 da Fundação. O encontro reuniu representantes de 63 laboratórios da instituição, sendo 6 deles da categoria NB3, cujos pesquisadores lidam com patógenos de risco biológico da classe 3, ou seja, micro-organismos que acarretam elevado risco individual. Presente ao evento, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde, Ethel Leonor Noia Maciel, afirmou que a parceria com a Fiocruz é extremamente importante e estratégica para o país, tendo em vista o monitoramento da resistência antimicrobiana, que segundo ela será reforçado, e os desafios que as possíveis próximas pandemias podem trazer. Ethel adiantou que os laboratórios do Norte do país terão prioridade no que diz respeito a investimentos em infraestrutura. Em função da Covid-19, a última edição do evento tinha ocorrido em novembro de 2019.

Encontro reuniu representantes de 63 laboratórios da instituição, sendo 6 deles da categoria NB3, cujos pesquisadores lidam com patógenos de risco biológico elevado (foto: Peter Ilicciev)

 

A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente disse que sem diagnóstico laboratorial não se faz prevenção e que é possível imaginar que ao final dos próximos quatro anos o Brasil consiga eliminar doenças como a oncocercose. Ela também incluiu entre as prioridades o enfrentamento à tuberculose. Ethel disse que sempre afirma que sente “orgulho de morar num país que tem a Fiocruz”.  

“Aprendemos bastante com a pandemia, que mostrou os problemas que tínhamos, e por isso é fundamental expandir a rede de laboratórios de referência e planejar a implantação de um primeiro do tipo NB4 no Brasil”, destacou a secretária. O nível de biossegurança 4 é indicado para o trabalho que envolva agentes exóticos e perigosos que exponham o indivíduo a um alto risco de contaminação de infecções que podem ser fatais, além de apresentarem um potencial relevado de transmissão por aerossóis, classificados como microrganismos da classe de risco 4.

O coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rivaldo Venâncio, anfitrião e mediador do encontro, disse que a Fundação é um dos sustentáculos das ações do MS na área. “O Fórum é não apenas uma oportunidade para troca de experiências e conhecimentos, mas também uma prestação de contras do que cada equipe vem fazendo, além de uma união de esforços no sentido de contribuir para a reconstrução do setor da Saúde pela qual o país está passando”, disse Venâncio. Segundo o coordenador, a imunização da população em relação às doenças imunopreveníveis, como poliomielite, sarampo e influenza, entre outras, e o combate às doenças passíveis de erradicação, como filariose, oncocercose e esquistossomose, estão entre as prioridades da vigilância em saúde.

Ele recordou ainda as perdas que o Brasil teve na pandemia, criticou a negação da ciência e das vacinas e a banalização da morte. Para o coordenador, é uma tragédia que o país tenha cerca de 150 mil mortes violentas por ano, sendo 40 mil delas em função de assassinatos. Venâncio lembrou que todos os estados que contam com unidades da Fiocruz estiveram representados no Fórum.

O presidente da Fiocruz, Mario Moreira, observou que o Brasil precisa investir para reduzir vulnerabilidades, o que a pandemia deixou ainda mais claro. “A Fiocruz participa da agenda de reconstrução da Saúde. Passamos no passado recente por um momento sombrio, em que parte das autoridades agiu contra a Saúde e isso precisa ser registrado. O Brasil tem cerca de 3% da população mundial e teve 10% das mortes, que já chegaram a 700 mil. Um número que poderia ter sido evitado”.

Entre as atividades do Fórum estiveram a apresentação das prioridades da SVSA, da Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB/MS) e da CVSLR, além de um debate. Também estiveram presentes ao evento a coordenadora-geral da CGLAB, Helena Cristina Ferreira Franz, e a pesquisadora Alda Cruz, do Departamento de Doenças Transmissíveis (DEDT/MS).

A Coordenação de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência foi criada em 2017 com o objetivo de articular as atividades e ações de vigilância em saúde realizadas na Fiocruz, com as direções das unidades técnico-científicas e com os órgãos gestores em nível federal, estadual e municipal. Além disso, contribui para a integração dos laboratórios de referência entre si, com as direções das unidades da Fundação e com os órgãos gestores. Dessa forma, visa ampliar e intensificar as relações políticas, programas e ações do Ministério da Saúde e demais órgãos gestores do SUS no que se refere à resposta a situações sanitárias relevantes e de emergência. A Coordenação também elabora, implementa e monitora os programas de vigilância em saúde e de apoio aos laboratórios de referência da Fiocruz, além de coordenar o Núcleo de vigilância em Saúde (Nuves) da Fundação.

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