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30/03/2023

Fiocruz Amazônia contribui com a metade dos genomas do vírus da Covid-19 sequenciados no Norte

Fiocruz Amazônia


O Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) contribuiu com metade dos genomas do vírus da Covid-19 sequenciados na Região Norte, segundo o virologista Felipe Naveca. Ele destacou o desempenho da vigilância genômica no Amazonas, estado que tem a maior cobertura de genomas do Sars-CoV-2 sequenciados, em função do número de casos diagnosticados no país. A informação foi anunciada no 1º Simpósio da Rede Genômica da Fundação, promovido pela Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas na Fiocruz Ceará, e que teve como finalidade disseminar conhecimento sobre a importância da vigilância genômica e laboratorial, bem como apresentar as principais inovações na área de genômica com vistas ao enfretamento de desafios futuros.

A Rede Genômica Fiocruz reúne especialistas de todas as unidades da Fiocruz e institutos parceiros

 

O virologista lembrou que, na Região Norte, nos últimos dois anos, a Fiocruz Amazônia foi responsável por 48% dos genomas sequenciados. “Atualmente, o papel do ILMD/Fiocruz Amazônia é bastante relevante e deixou o Amazonas como o estado com o maior número de genomas sequenciados, se dividirmos pelo número de casos confirmados, que é o critério observado pela OMS, uma vez que não podemos comparar lugares com populações diferentes e a contagem absoluta, então, não seria mais adequada”, observou.

A Fiocruz Amazônia tem trabalhado também na vigilância genômica de outros patógenos, a exemplo da dengue e do Oropouche. “Temos uma estreita parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas e com os estados de Roraima e Rondônia, além de gerar dados e desenvolvido protocolos para a geração desses dados, alguns inclusive utilizados por diversos países, inclusive protocolos não só de sequenciamento mas também de inferência por PCR em tempo real”, afirmou.

Naveca ressaltou que a Rede Genômica Fiocruz foi criada em resposta à pandemia de Covid-19, num momento em que ficou claro ser necessário um esforço no sequenciamento genômico do vírus para que fosse possível entender como se daria a evolução do “novo” patógeno ao longo do tempo em todo o mundo e em especial no Brasil, onde a Rede Genômica Fiocruz atua. “O ILMD/Fiocruz Amazônia assumiu o protagonismo de fazer não apenas a vigilância genômica do Amazonas, onde já fizemos quase 90% dos genomas sequenciados, disponíveis em banco de dados públicos, mas também de dar suporte aos estados de Roraima, Rondônia, Acre e Mato Grosso do Sul”, explicou, salientando a importância da iniciativa do simpósio para troca de experiências.

A Rede Genômica Fiocruz reúne especialistas de todas as unidades da FIocruz e de institutos parceiros que se empenham diariamente em gerar dados mais robustos sobre o comportamento do Sars-CoV-2, por meio da decodificação do genoma viral. Dessa forma, é possível acompanhar as linhagens e mutações genéticos do novo coronavírus e contribuir para um melhor preparo do país no enfrentamento da pandemia em termos de diagnósticos mais precisos e vacinas eficazes. Desde março de 2020, o grupo, nacionalmente representado, está atuando na vigilância genômica do Sars-CoV-2.

A Rede participa da iniciativa internacional de acesso aberto a informações sobre genomas de vírus influenza e coronavírus, o GISAID, sendo um dos grupos curadores da iniciativa na América do Sul. A Rede fornece capacitação e suporte técnico em sequenciamento e geração de dados para técnicos e especialistas de instituições de todo o País e da América do Sul, a partir de cooperação com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

O 1º Simpóstio da Rede Genômica Fiocruz teve como público-alvo profissionais do setor de saúde, público e privado, gestores de saúde e profissionais que atuam em vigilância laboratorial e/ou genômica. O evento reuniu autoridades como a ministra da Saúde, Nísia Trindade, que participou de forma remota, o presidente da Fiocruz Mário Moreria, além de representantes da Organização Panamericana de Saúde (Opas), Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), Instituto Todos pela Saúde e Governo do Ceará.

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