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01/09/2023

Fiocruz recebe diretor do Instituto Nacional de Saúde de Moçambique

Ana Paula Blower e Camila De’ Carli (Agência Fiocruz de Notícias)


O diretor do Instituto Nacional de Saúde (INS) de Moçambique, Eduardo Samo Gudo, esteve na Fiocruz (23 e 24/8) para conhecer mais sobre as práticas e a experiência em gestão da Fundação e aprofundar a cooperação entre as instituições, especialmente nas áreas de gestão, pesquisa e ensino. Doutor pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Gudo participou de reuniões com representantes de unidades e vices-presidências da Fundação em busca de informações e possibilidades de cooperação para auxiliar no processo de fortalecimento do INS. 

Gudo participou de reuniões com representantes de unidades e vices-presidências da Fundação (foto: Pedro Linger)

 

Após os encontros, novas áreas com potencial de cooperação foram mapeadas, como as de inovação, vigilância e comunicação em saúde. Por isso, serão marcadas novas reuniões remotas para elencar prioridades e linhas de ação. Sob a perspectiva da retomada da parceria bilateral, há também a intenção de que um grupo do INS visite a Fiocruz, assim como o ministro da Saúde moçambicano, para ampliar o diálogo nas áreas de interesse. Há, ainda, perspectivas de formalizar um acordo geral de cooperação entre as duas instituições.

Gudo, que está há seis meses no cargo, participou de reuniões no Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) e na Coordenação-geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic/Fiocruz). "Temos com a Fiocruz uma relação de colaboração na área técnico-científica há cerca de 15 anos. Com os novos desafios de saúde global, do crescimento do INS e do sistema de saúde de Moçambique, tornou-se importante vir discutir algumas áreas que precisamos incorporar nessa colaboração”, disse Gudo, que foi acompanhado pelo diretor do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na Saúde (Fiocruz Petrópolis), Felix Rosemberg.

O diretor do INS destacou desafios na gestão institucional, diante de uma expansão do instituto: na última década, o número de funcionários do instituto subiu de 100 para mil. Diante disso, em sua visita, quis conhecer a experiência da Fiocruz e formas de ampliar a cooperação nessa área. Gudo explicou que, no início, a cooperação com a Fundação focou em áreas estratégicas para o crescimento do INS, como virologia, bacteriologia e epidemiologia, mas que os novos desafios demandam outro tipo de expertise. “Viemos para colher subsídios e definir um plano para que possamos materializar esse esforço de, além de manter a cooperação, ampliar para componentes estratégicos e perspectivas de futuro”, disse.

Desafios de gestão

No primeiro dia da visita, a diretora executiva adjunta de Gestão e Desenvolvimento Institucional, Priscila Ferraz, apresentou um panorama sobre a dinâmica de gestão da Fiocruz, com suas principais estruturas. Ela ressaltou a complexidade de gerenciar uma instituição com forte presença nacional em um território que abriga muitas desigualdades. Também apontou os desafios de sua atuação diversa, em setores como produção, pesquisa, conservação de patrimônio, entre outros. "Temos muitas Fiocruz numa só, e temos uma missão, no âmbito da nossa Diretoria Executiva sobretudo, de tentar harmonizar isso", disse. Ferraz destacou, ainda, a importância do sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação. Segundo ela, "é preciso pensar soluções e modelos de governança de gestão que não atravanque esse sistema, mas que o potencialize". 

À tarde, Gudo também esteve com os representantes das coordenações-gerais de Gestão de Pessoas (Cogepe), Administração (Cogead) e de Infraestrutura dos Campi (Cogic) da Fiocruz. Com Ana Beatriz Cuzzatti, coordenadora-geral da Cogic, Guido debateu a possibilidade de replicar no INS as boas práticas da Fiocruz na área de manutenção de alguns equipamentos, reduzindo, assim, os custos com contratações de serviços externos.  

Pesquisa e ensino

No segundo dia de visitas, Gudo se reuniu com a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz), Maria de Lourdes Aguiar Oliveira, que apresentou as linhas de atuação da área, ressaltando desafios e a importância da cooperação: “É um desafio para a pesquisa e para os sistemas de saúde dar conta de todas as doenças crônicas degenerativas, as infecciosas... E a resposta não pode estar localizada em apenas um país. Ou a gente se articula para uma resposta global ou teremos dificuldades sérias e deixaremos um legado terrível para as próximas gerações. Nesse contexto, toda cooperação que possamos fazer é fundamental.” disse ela, que valorizou a troca de expertise com Moçambique. 

Ainda pela manhã, Gudo esteve com a coordenadora geral de Educação da Vice-presidência de Educação, Informação e Comunicação (Vpeic/Fiocruz), Cristina Guilam, que manifestou o compromisso da vice com a cooperação estruturante, de olhar para as necessidades de Moçambique em busca da autonomia do país. Ela destacou a possibilidade da oferta de cursos para alunos moçambicanos - stricto sensu, de atualização e híbrido - e também de recebê-los. 

Na conversa, lembrou-se do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, fruto da cooperação entre a Fiocruz e o INS que, até o final de 2022, formou 61 mestres. O programa é voltado para profissionais de saúde de Moçambique, principalmente do INS, com o objetivo de fortalecer a pesquisa científica em saúde no país.

INS

No sistema de saúde moçambicano, o INS desempenha algumas funções semelhantes às da Fiocruz no Brasil, apoiando as políticas públicas, através de pesquisa, desenvolvimento tecnológico, serviços de referência e formação de recursos humanos, entre outras atividades.

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