06/11/2023
Pamela Lang (Agência Fiocruz de Notícias)
Durante missão na Alemanha ao longo de outubro (16 a 20/10), o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, e a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas, Maria de Lourdes Oliveira, estiveram em visitas oficiais a três instituições: Instituto Robert Koch; Charité; e Instituto Paul Ehrlich. O objetivo foi mapear as possibilidades de sinergia entre as ações da Fiocruz e dos institutos alemães para futuras parcerias, especialmente nas áreas de pesquisa, vigilância, desenvolvimento tecnológico e inovação.
A iniciativa se insere na Estratégia de Internacionalização da Fiocruz, que teve sua portaria publicada no dia 23 de outubro e visa estabelecer ações destinadas ao desenvolvimento tecnológico, à inovação e à apropriação de tecnologias e produtos de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS), em atendimento à Política de Inovação da Fiocruz.
Em visita à sede do Instituto Paul Ehrlich, em Frankfurt, a vice-presidente, acompanhada do pesquisador Marcelo Pelajo, apresentou a Fiocruz e debateu perspectivas de parceria com foco em vigilância e regulação. O Instituto, assim como a Fiocruz, é ligado ao Ministério da Saúde alemão, sendo responsável por pesquisa, avaliação e autorização de comercialização de biomedicamentos para uso humano e medicamentos veterinários imunológicos. O Instituto também atua na autorização de ensaios clínicos e de farmacovigilância. O encontro resultou na intenção de assinatura de um Memorando de Entendimento entre as instituições.
Em Berlim, outra instituição ligada ao governo alemão recebeu a delegação da Fiocruz, o Instituto o Robert Koch (Robert Koch Institute, RKI), instituto nacional de saúde pública da Alemanha que atua como a principal instituição do governo para as áreas de vigilância, controle e prevenção de doenças e pesquisa biomédica aplicada.
A visita ao Instituto marcou o primeiro encontro entre presidentes das duas instituições centenárias. A delegação da Fiocruz, incluindo o presidente Mario Moreira e a vice-presidente Maria de Lourdes, foi recebida pelo diretor do RKI, Las Schaade, pela vice-presidente, Johanna Hanefeld, e pela chefe do Centro para Proteção Internacional em Saúde, Iris Hunger.
Foram debatidos temas de possível sinergia entre as instituições centenárias, como mudanças climáticas, preparação e inteligência em saúde pública, doenças de relevância em saúde pública, saúde global, saúde única, epidemiologia baseada em esgoto, sistema de vigilância, vigilância genômica, bioinformática e micologia (toxoplasmose e criptococose). Como resultado do encontro, os presidentes definiram a organização de oficinas virtuais de trabalho com os pesquisadores alemães e brasileiros para estruturar um plano de trabalho comum. Após a reunião, a comitiva brasileira fez uma visita ao museu do Instituto, voltado para a divulgação científica e a história de seu fundador.
A sinergia com o RKI também se dará meio do Hub da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Inteligência Pandêmica e Epidêmica, com sede em Berlim, já que tanto ele, quanto o Charité – outra instituição que fez parte do roteiro da delegação -, são membros fundadores do Hub.
A Fiocruz já havia assinado um Memorando de Entendimento com o museu do Charité, no âmbito das coleções biológicas. Durante sua visita à instituição, que é um dos maiores hospitais universitários da Europa, ligado à Universidade Humboldt e à Universidade Livre de Berlim, Maria de Lourdes foi recebida pelo professor associado do Instituto de Virologia, Jan Felix Drexler. O objetivo será ampliar a parceria já existente para outras áreas, em articulação com o Instituto de Virologia e o Centro para Saúde Global.
Além das visitas institucionais, a delegação da Fiocruz também participou de reuniões bilaterais ao longo da semana, acompanhando a secretária de Vigilância, Saúde e Ambiente (SVSA/MS), Ethel Maciel. Nas agendas com a Unitaid, UN Foundation, Gavi Alliance, Fundação Rockefeller, Wellcome Trust e Zepai, a Fiocruz se posicionou como instituição com potencial estratégico para representar os interesses do governo brasileiro na ampliação do acesso a vacinas, por meio da experiência da instituição e de sua capacidade de alavancar a co-produção regional, bem como no fortalecimento de sistemas de saúde no mundo, especialmente na África e América Latina.