25/07/2024
Regina Castro (Agência Fiocruz de Notícias)
O novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (25/7), mostra que o vírus sincicial respiratório (VSR) se mantém como a principal causa de internação e óbitos em crianças pequenas, ainda que tenha registrado queda nas últimas semanas. Apesar de a análise ter observado sinais de interrupção do crescimento ou início de redução das hospitalizações por VSR e influenza A em alguns estados do Centro-Sul, ainda há manutenção do crescimento dos casos do vírus influenza, especialmente entre os idosos, e do VSR e rinovírus em crianças em alguns estados do Sul e Sudeste. A atualização constatou também que alguns estados do Norte registram continuidade do aumento de casos de VSR e rinovírus na população até 2 anos.
Em nível nacional, o estudo aponta indícios de queda de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas). Quatro unidades federativas apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Bahia, Minas Gerais e Roraima. Entre as capitais, cinco têm indícios de crescimento nos casos de SRAG: Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), Rio Branco (AC), Salvador (BA) e São Luís (MA). A atualização, que tem como base os dados inseridos no SivepGripe até dia 20 de julho, é referente à Semana epidemiológica 29, de 14 a 20 de julho.
A pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe Tatiana Portella observa que o cenário atual da SRAG no país é decorrente principalmente dos vírus VSR, influenza A e rinovírus. “Apesar de o vírus influenza A ainda apresentar crescimento, principalmente em idosos, em alguns estados das regiões Sul e Sudeste, como Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, já é possível observar interrupção do crescimento em alguns estados da região Centro-Sul”, afirma.
Covid-19
A circulação da Covid-19 tem aumentado entre os idosos nas últimas semanas em alguns estados do Nordeste e no Amazonas. Contudo, o vírus ainda se mantém em patamares baixos quando comparado ao seu histórico de circulação. Nos estados do Amazonas, Alagoas e Pernambuco, já é possível observar um leve sinal de aumento nas internações por SRAG em idosos devido à Covid-19. No Ceará e Piauí a principal causa de internações por SRAG em idosos na última semana foi a Covid-19.
“Diante desse contexto, é muito importante que os hospitais e as unidades sentinelas de síndrome gripal das regiões Norte e Nordeste reforcem a atenção para qualquer sinal de aumento expressivo na circulação do vírus”, destacou a pesquisadora.
Óbitos
A mortalidade da SRAG nas últimas oito semanas foi semelhante entre crianças pequenas e idosos. Na população idosa se destacam aquelas associadas ao vírus da gripe influenza A,e à Covid-19. Na população entre 5 e 64 anos, a presença do vírus influenza A domina entre os óbitos das semanas recentes.
Estados e capitais
Quatro unidades federativas apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Bahia, Minas Gerais e Roraima. Entre as capitais, cinco têm indícios de crescimento nos casos de SRAG: Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), Rio Branco (AC), Salvador (BA) e São Luís (MA).
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 21.0% para influenza A, 1.0% para influenza B, 36.8% para vírus sincicial respiratório e 10.0% para Sars-CoV-2 (Covid-19 . Entre os óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de 41.0% de influenza A, 1.7% de influenza B, 15.0% de vírus sincicial respiratório e 27.4% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 100.982 casos de SRAG, sendo 49.178 (48.7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório 38.573 (38.2%) negativos e ao menos 7.580 (7.5%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, 19.2% são de influenza A, 0.4% de influenza B, 44.8% de vírus sincicial respiratório e 18.5% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos positivos foi de 21.0% de influenza A, 1.0% de influenza B, 36.8% de vírus sincicial respiratório e 10.0% de Sars-CoV-2 (Covid-19).