Agência Fiocruz de Notícias

O Ministério da Saúde, a Fiocruz e a Coalizão para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (Cepi) promovem, nestas segunda-feira (29/7) e terça-feira (30/7) a segunda edição da Cúpula Global de Preparação para Pandemias (GPPS, na sigla em inglês) 2024 – a primeira na América Latina. O evento, no Rio de Janeiro, reúne especialistas em P&D e fabricação, autoridades governamentais, representantes da sociedade civil e líderes da indústria e da comunidade global de saúde para encontrar, em conjunto, soluções globais para enfrentar futuros surtos e pandemias de forma mais rápida e equitativa para todos os países. A Cúpula promoverá o espírito de colaboração e desafio coletivo para avançar na agenda global compartilhada de preparação para pandemias. Os palestrantes discutirão temas como o estado da preparação e resposta global para pandemias, avanços e oportunidades na vigilância epidemiológica, acesso equitativo a produtos e tecnologias de saúde e modelos de financiamento. As sessões plenárias terão transmissão ao vivo. As sessões estarão disponíveis para transmissão apenas 15 minutos antes do início. As transmissões ficarão gravadas e disponíveis após a Cúpula. Confira a programação completa.

Entre os focos da Cúpula também estão o fortalecimento da capacidade de produção local e regional e o avanço da Missão 100 Dias para vacinas, diagnósticos e terapias para responder a uma nova ameaça viral em até cem dias - o que representa cerca de um terço do tempo que levou para criar uma vacina contra Covid-19 e que poderá interromper a próxima pandemia em seu início. Os palestrantes da Cúpula incluem representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), do Governo Federal, da Cepi, da Fiocruz, de organizações privadas e filantrópicas, incluindo o diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Mike Ryan, o diretor da Opas, Jarbas Barbosa, o diretor-geral adjunto da OMS, Chikwe Ihekweazu, e a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel.

O primeiro dia do evento incluirá uma cerimônia de abertura e uma sessão plenária com a participação do presidente da Fiocruz, Mario Moreira, a presidente da Cepi, Jane Halton, e um representante do Ministério da Saúde. Para o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, a Cúpula “simboliza o compromisso da Fiocruz em construir um sistema de saúde global mais resiliente, capaz de desenvolver e distribuir vacinas e tratamentos de forma rápida e acessível, protegendo todas as populações, especialmente as mais vulneráveis. Realizar este evento no Brasil reforça a necessidade de considerar as especificidades do Sul Global, a região do mundo mais impactada por eventos pandêmicos. Moreira enfatiza: “Estou confiante de que será um espaço altamente promissor para a troca de conhecimento e cooperação internacional, resultando em ações concretas para melhorar nossa preparação e resposta a pandemias".

O evento, realizado no Hotel Windsor Marapendi, na Barra da Tijuca, ocorre no contexto de uma nova era de risco epidêmico e pandêmico. Em um mundo que ainda vive sob os efeitos da crise da Covid-19, que evidenciou os desafios globais de responder a esse tipo de emergência, especialmente no que diz respeito ao acesso e à produção equitativa de tecnologia de saúde, esta é uma oportunidade para transformar a forma como o mundo se prepara e responde a uma futura pandemia.

O CEO da Cepi, Richard Hatchett, afirma que “a Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024 é um momento crucial para a comunidade de saúde pública se reunir, trocar ideias e destacar áreas de progresso e lacunas nos planos de preparação para pandemias do mundo. Com tantas outras crises em andamento competindo por atenção política e pública, há um risco significativo de que nosso foco em doenças infecciosas emergentes possa enfraquecer. Não devemos tirar os olhos do objetivo”. Hatchett destaca que “hospedar a Cúpula no Rio de Janeiro durante a Presidência do Brasil no G20 – em que há um foco crítico na preparação para pandemias na agenda de saúde do G20 do Brasil – é fundamental para avançar nesses objetivos em prol de um futuro mais seguro para todos”. A Find, o Secretariado Internacional de Preparação para Pandemias (IPPS), a Opas, a Unitaid, a OMS e o hub da OMS para Inteligência sobre Pandemias e Epidemias são co-designers do programa da Cúpula.

A Cúpula Global de Preparação para Pandemias 2024

A GPPS (na sigla em inglês) é um evento orientado pela ciência que visa revitalizar o impulso para a preparação e resposta a pandemias — ajudando a garantir que possamos conter futuros surtos de doenças infecciosas de forma mais rápida e equitativa. O evento foca em encontrar alinhamento em três temas (acesso equitativo, vigilância de doenças e a Missão 100 Dias), que podem transformar a capacidade do mundo de responder de maneira rápida e justa à próxima ameaça em saúde. Os procedimentos, resultados e recomendações da GPPS serão publicados para ajudar na tomada de decisões pelos líderes mundiais em esforços internacionais de preparação para pandemias. A sessão desta terça-feira (30/7) também terá transmissão ao vivo.

A Cepi

A Cepi é uma parceria inovadora entre organizações públicas, privadas, filantrópicas e da sociedade civil. Sua missão é acelerar o desenvolvimento de vacinas e outras medidas biológicas contra ameaças epidêmicas e pandêmicas, para que possam estar acessíveis a todas as pessoas que precisem. A Cepi apoiou o desenvolvimento de mais de 50 candidatas a vacinas ou tecnologias de plataformas contra diversos patógenos de alto risco conhecidos ou uma futura ameaça à saúde ainda desconhecida. Central para o plano de cinco anos do Cepi para 2022-2026 é a Missão dos 100 Dias, que visa reduzir o tempo necessário para desenvolver vacinas seguras, eficazes e globalmente acessíveis contra novas ameaças para apenas cem dias.

A Fiocruz

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é a maior instituição de pesquisa biomédica da América Latina, produzindo vacinas e medicamentos para suprir o Sistema Único de Saúde (SUS). Vinculada ao Ministério da Saúde, foi criada em 1900 com o objetivo inicial de fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica. Desde então, a Fiocruz teve uma trajetória intensa, entrelaçada com o desenvolvimento da saúde pública no Brasil. Presente em dez estados brasileiros, além do Distrito Federal, a Fundação conta com 16 unidades técnico-científicas voltadas para ensino, pesquisa, inovação, assistência, desenvolvimento tecnológico e extensão na área da saúde.