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21/08/2009

Medalha Careli homenageia defensores dos direitos humanos


Maria da Penha, símbolo de luta contra a violência doméstica; o Instituto Reação, uma associação sem fins lucrativos que atua em comunidades de baixa renda do Rio - criada pelo judoca medalhista olímpico Flávio Canto; o Espaço Casa Viva, entidade promotora de ações em educação, cultura e cidadania para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social no Complexo de Manguinhos; e o Tortura Nunca Mais, grupo que se constitui em torno da recuperação da dignidade, da defesa e dos direitos da cidadania, foram os homenageados da 9ª edição da Medalha Jorge Careli de Direitos Humanos. A cerimônia foi realizada nesta sexta-feira (21/08), na Fiocruz. Anualmente, o Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN) premia pessoas e instituições que se destacam na luta contra a violência e na defesa dos direitos humanos.


 

 Abordado, espancado e levado por policiais, o servidor Jorge Careli nunca mais apareceu

Abordado, espancado e levado por policiais, o servidor Jorge Careli nunca mais apareceu


Na mesma ocasião, a Asfoc-SN também entregou o Prêmio Sergio Arouca de Saúde e Cidadania. Neste ano, foi homenageado o Banco de Leite Humano do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), centro de referência nacional e internacional de aleitamento materno, e Gastão Wagner de Sousa, integrante do movimento sanitário e exemplo para especialistas em saúde pública dentro e fora do país.


Caso Careli


No dia 10 de agosto de 1993, o servidor da Fiocruz Jorge Careli falava em um orelhão público da favela de Varginha, em Manguinhos, onde, segundo testemunhas, foi abordado, espancado e levado para uma Kombi por policiais da Delegacia Antissequestro (DAS). Nunca mais apareceu. A comunidade da Fiocruz se mobilizou, organizando diversos atos públicos, sempre cobrando das autoridades a responsabilidade pelo desaparecimento do colega. Infelizmente, por falta de provas, os 22 policiais apontados como responsáveis pelo seqüestro e morte foram absolvidos.


Em 1999, o governo do Estado do Rio de Janeiro, reconhecendo sua responsabilidade, decidiu indenizar os pais de Careli, Antonio e Maria Careli, por danos morais e com pensão mensal por um período de cinco anos.  No entanto, o corpo de Careli nunca foi encontrado e a indenização até hoje não foi paga.


Atualizado em 21/8/2009.

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