08/07/2009
O Simpósio Internacional Comemorativo do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas, promovido pela Fiocruz, continua nesta quinta-feira (9/7), no Rio de Janeiro, com conferências, mesas-redondas e apresentaçäo de trabalhos e pôsteres sobre a enfermidade. Entre os estudos mais destacados está um que será abordado na palestra O papel da gordura na patogenia da doença de Chagas, pelo pesquisador Herbert Tanowitz, que trabalha no Albert Einstein College of Medicine. Outra pesquisa que chama a atenção é uma desenvolvida pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, a respeito de um programa de proteção de habitações contra o vetor da doença de Chagas. Outro trabalho mostra que problemas do coração não necessariamente afetam a capacidade de pacientes da enfermidade em fazer exercícios.
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O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, na conferência de abertura (Fotos: Peter Ilicciev) |
De acordo com Tanowitz, o tecido adiposo é um importante alvo do T. cruzi e sua infecção está associada a um profundo impacto no metabolismo dos pacientes. Seu trabalho tem relacionado diversos aspectos da doença de Chagas e da atuação do parasito no hospedeiro com os níveis de gordura do organismo e com a presença de diabetes tipo 2 - que pode aparecer associada a altas taxas de gordura.
A iniciativa da Funasa e da secretaria gaúcha, que já auxiliou 1,3 mil famílias, conta com a participação de técnicos municipais e de construtores civis treinados e da própria comunidade. A iniciativa visa controlar o vetor em áreas onde apenas o saneamento ambiental – com base na modificação de hábitos e comportamentos inadequados de manipulação do ambiente, como o armazenamento de madeira em anexos da casa – não seria suficiente para a prevenção da enfermidade.
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Plateia na solenidade de abertura do simpósio internacional |
Segundo os pesquisadores, existem estudos que correlacionam problemas no ventrículo esquerdo do coração, não decorrentes da doença de Chagas, com a dificuldade de indivíduos para realizar exercícios. Além disso, pacientes chagásicos crônicos reclamam com certa constância que sofrem de fadiga. No entanto, uma pesquisa que será apresentada no simpósio internacional concluiu que 63% dos pacientes analisados, com idade média de 49 anos, não demonstraram essa dificuldade.
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Publicado em 8/7/2009 (e atualizado em 9/7).