11/02/2008
Fernanda Marques
Na próxima terça-feira (12/02), o ministro da Saúde do Reino Unido, Alan Johnson, se reunirá no Rio de Janeiro com o presidente da Fiocruz, Paulo Buss, e com outros dirigentes da Fundação. A razão do encontro é o contrato de transferência de tecnologia para a produção da vacina contra rotavírus, assinado pela Fiocruz e pela multinacional britânica GlaxoSmithKline (GSK) em 18 de janeiro. Temas como atenção primária à saúde e determinantes sociais de doenças também estão na pauta. Após a reunião, Alan Johnson – que tem longa experiência no governo britânico e esteve à frente de outros seis ministérios antes de assumir a pasta da Saúde, em junho de 2007 – visitará o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos), fábrica de vacinas da Fiocruz.
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As instalações da fábrica de vacinas da Fiocruz serão apresentadas ao ministro britânico Alan Johnson |
O acordo entre a Fundação e a GSK permitirá ao Brasil produzir cerca de 50 milhões de doses da vacina nos próximos cinco anos, o que atenderá integralmente à demanda do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde. A transferência da tecnologia será feita em quatro fases e a nacionalização da vacina deve acontecer em 2013. Com a incorporação definitiva da tecnologia de produção, calcula-se uma economia de pelo menos US$ 100 milhões aos cofres públicos num prazo de cinco anos.
Principal agente infeccioso causador de diarréia grave e desidratação, sobretudo em crianças menores de cinco anos, o rotavírus é responsável por cerca de 2 milhões de hospitalizações por ano em todo o mundo. No Brasil, em 2005, mais de 95 mil internações naquela faixa etária foram atribuídas ao rotavírus. No ano seguinte, a vacina contra esse agente infeccioso foi introduzida no calendário do PNI e, em 2007, estima-se que houve uma redução de quase 30% nas hospitalizações.
Para a efetivação do contrato com a GSK, foi fundamental a capacitação científico-tecnológica alcançada por Biomanguinhos, onde uma nova área de produção deve começar a operar em 2009. No entanto, esta não é a primeira vez que a Fiocruz firma um acordo com a GSK. As duas instituições são parceiras desde 1985, quando estabeleceram uma colaboração técnica na erradicação da poliomielite. Já no ano passado, elas concluíram a transferência da tecnologia para a produção no Brasil da vacina contra a bactéria Haemophilus influenzae tipo B, principal causa de meningite. E em 2003 o alvo do acordo foi a vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola).
Serviço – Visita do ministro da Saúde do Reino Unido à Fiocruz
Data: 12/02
Horário: Atendimento à imprensa a partir das 11h
Local: Castelo Mourisco (Avenida Brasil 4.365, Manguinhos)
Mais informações: ccs@fiocruz.br ou (021) 3885-1712