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03/08/2007

Fundação recebe ministro da Saúde de São Tomé e Príncipe


Uma comitiva do Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe, na África, visitou a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fiocruz nesta quarta-feira (01/08). Em pauta, uma cooperação entre as instituições no planejamento do sistema de saúde daquele país. O diretor da Ensp, Antônio Ivo de Carvalho, recebeu o ministro Arlindo Vicente de Assunção Carvalho, ex-aluno de mestrado da Escola, cuja dissertação foi apresentada em fevereiro de 2005. Três assessores técnicos completavam a delegação africana. A visita faz parte da cooperação Sul-Sul, que tem o objetivo de promover o desenvolvimento local, principalmente entre o Brasil e países africanos de língua portuguesa.

 O diretor da Ensp, Antonio Ivo (ao fundo), recebe a comitiva de São Tomé e Príncipe (Foto: Virginia Damas)

O diretor da Ensp, Antonio Ivo (ao fundo), recebe a comitiva de São Tomé e Príncipe (Foto: Virginia Damas)


São Tomé e Príncipe tem 150 mil habitantes e quase sete mil partos por ano. Os principais problemas endêmicos são câncer, diabetes, hipertensão, HIV e malária. Apesar desta última estar controlada, eles temem um retrocesso por conta da falta de sustentabilidade do programa. "Já obtivemos recursos do Banco Mundial para o Projeto de Apoio ao Setor Social, que beneficiará o país na medida em que poderemos buscar parcerias em cima de três focos: controle de endemias, formação de recursos humanos e reestruturação do sistema de saúde", explicou.


São Tomé e Príncipe está estruturando seu Instituto de Ciências da Saúde, onde ocorrem a graduação de profissionais, e que atuará também como uma grande unidade de pesquisa. Estão criando ainda um centro de diagnósticos que, além de promover assistência em saúde, estará voltado para o tratamento de doenças mais sofisticadas. Segundo o ministro Arlindo Carvalho, o programa de saúde da família é uma das experiências que eles gostariam de adotar no país.


Antônio Ivo explicou que a parceria é muito bem-vinda, uma vez que integra a estratégia da atual gestão do Ministério da Saúde em aproximar o Brasil dos países africanos - estratégia que a Fiocruz também vem desenvolvendo, através de parcerias com os Palop's (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) e a Agência Brasileira de Cooperação há quase 12 anos. Além de fazer uma apresentação da Ensp à comitiva, passando pela pesquisa (stricto sensu), capacitação para o SUS (lato sensu) e serviços e desenvolvimento local, como o realizado em Manguinhos, Antônio Ivo citou o programa de Educação a Distância da Escola, que hoje conta com 40 mil alunos, como uma das estratégias que podem ser adotadas por São Tomé e Príncipe na formação de profissionais para seu sistema de saúde.


Duas possibilidades foram levantadas pelo diretor. A primeira, de enviar uma missão qualificada envolvendo a Fiocruz com a finalidade de conhecer a realidade do país, e ampliar a rede de cooperação direta entre a Escola e o Instituto de Saúde com vistas a uma formação básica para atenção primária/PSF. Participaram da reunião os pesquisadores Paulo Sabroza e Rosely Magalhães de Oliveira, que colaboraram na defesa da dissertação de mestrado do ministro de São Tomé e Príncipe, que teve como título Análise das estratégias de controle da malária em São Tomé e Príncipe 1946-2002.


Após a reunião com o diretor, a comitiva seguiu para a Coordenação Escola de Governo em Saúde para uma apresentação mais específica das atividades da Ensp, com a coordenadora da CEGS, Roberta Gondim, além de Maria Helena Mendonça, representando a Coordenação de Pós-graduação, e Cleide Leitão, do Programa de Educação a Distância. Antes de chegarem à Escola, o ministro foi recebido pelo presidente da Fiocruz, Paulo Buss, e no período da tarde a comitiva visitou Farmanguinhos, unidade de produção de medicamentos da Fiocruz.

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