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29/06/2007

Estudo revela alta prevalência de parasito intestinal entre crianças em Juiz de Fora

Igor Cruz


Um estudo desenvolvido com 590 crianças que viviam em áreas de invasão urbanas de Juiz de Fora (MG) identificou os fatores de risco para a infecção por Giardia duodenalis, protozoário que parasita o intestino e pode causar cólicas e diarréia. Publicados na edição de junho da revista Cadernos de Saúde Pública, da Fiocruz, os resultados revelaram que 18% das crianças estudadas, com idades de 1 a 5 anos, apresentavam G. duodenalis nas fezes, ou seja, estavam infectadas pelo parasito. Segundo os autores, das universidades federais de Juiz de Fora, Minas Gerais e Bahia, as crianças mais expostas ao protozoário eram aquelas que conviviam com maior número de irmãos, viviam em casas sem banheiro e consumiam água de poço, sem tratamento.


 Vista panorâmica da região central do município (Foto: Prefeitura de Juiz de Fora)

Vista panorâmica da região central do município (Foto: Prefeitura de Juiz de Fora)


A prevalência da infecção por G. duodenalis em países desenvolvidos varia de 2% a 5%, enquanto nos mais pobres pode alcançar 30%. Em Juiz de Fora, o percentual de crianças infectadas pelo protozoário pode ser considerado elevado, em comparação às prevalências verificadas em outras cidades brasileiras, como Salvador (13,7%) e Fortaleza (8,8%). A transmissão do protozoário se dá pela ingestão de água e alimentos contaminados ou quando as mãos sujas são levadas à boca. “A alta prevalência de G. duodenalis nos assentamentos em Juiz de Fora é conseqüência da contaminação e disponibilidade insuficiente de água; higiene pessoal inadequada, especialmente entre as crianças; e falta de banheiros”, diz o artigo assinado por Júlio César Teixeira (UFJF), Léo Heller (UFMG) e Mauricio L. Barreto (UFBA).


Os pesquisadores observaram em Juiz de Fora uma estreita relação entre a infecção por G. duodenalis e os problemas relacionados à água. Por isso, consideram prioritárias ações para o adequado abastecimento de água nas casas estudadas. Essas ações devem vir acompanhadas por melhorias na infra-estrutura dos domicílios e por medidas educacionais. “O parasito é também transmitido diretamente entre os habitantes de uma casa com muitos moradores, particularmente entre as crianças, o grupo mais vulnerável”, alerta o artigo.

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