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16/05/2007

Mostra divulga como objetos milenares ajudam a desvendar as doenças do passado

Catarina Chagas e Fernanda Marques


Duas múmias da época colonial encontradas em Minas Gerais; três múmias peruanas; uma cabeça mumificada egípcia; duas cabeças reduzidas do povo jívaro; esqueletos com marcas de infecções, acidentes e violências; armas e ferramentas utilizadas na pré-história. Todos estes testemunhos, alguns nunca antes apresentados ao público, fazem parte da exposição Paleopatologia: o estudo da doença no passado, que será inaugurada nesta terça-feira (15/05) no Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC), uma unidade da Fiocruz.


 As múmias estão entre as principais atrações da mostra, que poderá ser vista até setembro (Foto: Ana Limp)

As múmias estão entre as principais atrações da mostra, que poderá ser vista até setembro (Foto: Ana Limp)


Voltada a todas as faixas etárias, a mostra é constituída por cerca de 60 peças provenientes da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fiocruz, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Instituto de Arqueologia Brasileiro (IAB) e de uma coleção particular, cujas peças apresentadas são oriundas do extinto Museu Simões da Silva, que funcionou em Botafogo até a primeira metade do século 20.


Acompanham os objetos arqueológicos e etnográficos que explicam a paleopatologia e sua importância para o conhecimento do homem e de suas doenças. São ainda abordados de maneira interessante e didática as técnicas empregadas e os resultados do estudo do material, demonstrando a relevância desse patrimônio variado como fonte de informação para o entendimento das doenças do passado.


 Crânio com modificação intencional de caráter étnico, dos índios aymara (Foto: Ana Limp)

Crânio com modificação intencional de caráter étnico, dos índios aymara (Foto: Ana Limp)


Especialmente para as crianças será organizada uma oficina pedagógica de sensibilização ao método arqueológico, com o objetivo de complementar o conteúdo da exposição. A oficina permitirá ao público conhecer as etapas e os procedimentos científicos de uma escavação arqueológica: a coleta estratigráfica e sistemática dos testemunhos e vestígios materiais da presença do homem e de suas atividades no ambiente em que viviam. Os pequenos arqueólogos poderão simular a coleta de peças, aprender a interpretar os achados e descobrir como o material é utilizado nos estudos científicos sobre a vida de nossos antepassados e suas doenças.


 

 Painéis temáticos com textos e fotografias informam sobre os objetos (Foto: Ana Limp)

Painéis temáticos com textos e fotografias informam sobre os objetos (Foto: Ana Limp)


Sob a curadoria de Sheila Mendonça de Souza, da Ensp, e Andrea Lessa, do Museu Nacional, a exposição já foi montada duas vezes, em 2001 e 2004. Em sua nova edição, apresentará uma lista ainda maior e mais diversificada de testemunhos materiais de povos que viveram até 3.500 anos atrás. Além destes, serão apresentados materiais mais recentes, que representam culturas existentes hoje e ajudam a desvendar como as doenças se comportam e evoluem a partir do contato entre populações de diferentes civilizações e continentes.


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Paleopatologia: o estudo da doença no passado


Aberta ao público de 15 de maio a 9 de setembro de 2007

De terça a sexta, das 10h às 16h30; sábados, das 10h às 16h

Sala de Exposições Temporárias do Museu da Vida

Avenida Brasil 4.365, Manguinhos, Rio de Janeiro

Agendamento de visitas guiadas pelos telefones (21) 2590-6747

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