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16/05/2007

A futura advogada da saúde

Catarina Chagas e Fernanda Marques


Amanda Leichsenring Diniz tem 16 anos e cursa o segundo ano do Ensino Médio no Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CAp-Uerj). A jovem já decidiu que quer fazer faculdade de direito e, desde agosto do ano passado, assumiu um compromisso que pode ajudá-la a confirmar se escolheu a carreira certa, além de ampliar seus horizontes profissionais. Ela é aluna da Etapa de Iniciação do Provoc 2006-2007, a 20ª turma do programa, e faz estágio no Grupo Direitos Humanos e Saúde (GDIHS) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fiocruz.


 Amanda Diniz busca na <EM>web</EM> artigos relacionados aos direitos de pacientes com HIV (Foto: Ana Limp)

Amanda Diniz busca na web artigos relacionados aos direitos de pacientes com HIV (Foto: Ana Limp)


Uma vez por semana – sempre às quintas-feiras à tarde – Amanda se dirige ao prédio da Expansão da Fiocruz, na Avenida Brasil, satisfeita com as tarefas que realizará no GDIHS. “Faço buscas na internet de artigos científicos relacionados ao tema direitos de pacientes com HIV”, explica a menina, que exibe orgulhosa materiais que já conseguiu localizar. “Meu objetivo é montar um banco de dados sobre o assunto, que possa ser útil a projetos futuros dos pesquisadores do grupo”, completa, feliz porque se sente parte de uma equipe e faz um trabalho que, de fato, poderá ser aproveitado pelo grupo.


Conhecer o trabalho dos pesquisadores foi a primeira lição que Amanda já tirou do estágio. “A ‘coisa’ pesquisa parecia distante para mim e, hoje, estou me familiarizando com o hábito de pesquisar”, comemora. Como a jovem chegou ao estágio convicta de que queria ser advogada, sua orientadora – a farmacêutica Marta Pimenta Velloso – sugeriu a escolha de um tema de pesquisa dentro do universo direito e saúde.


“Eu estava acostumada a orientar alunos de mestrado, mas aceitei o desafio de trabalhar com adolescentes. É uma experiência gratificante e que tem dado certo”, reconhece Marta, que, antes de Amanda, já havia orientado outra estudante do Provoc. “A questão central é auxiliar o jovem no processo de auto-conhecimento e na escolha do caminho profissional”, explica a pesquisadora.


Amanda leu bastante sobre direitos de portadores de doenças, e, após conversas com a orientadora, acabou optando por focalizar os direitos de pacientes portadores do vírus da Aids. No banco de dados que a estudante está montando já constam artigos que tratam de patentes de medicamentos anti-HIV, violência contra soropositivos e discriminação no trabalho, entre outros.


“Tenho estudado aspectos da doença sobre os quais eu nunca havia refletido antes. A partir das informações que eu coleto e das discussões com a orientadora, agora tenho uma postura mais crítica em relação ao assunto”, conta a aluna, que também já desenvolveu um aguçado senso de responsabilidade. “Estudo em um colégio público respeitado e agora tenho a oportunidade de ser estagiária de uma instituição pública de saúde tão importante, a Fiocruz. Quero aproveitar ao máximo essa chance e retribuir com a minha dedicação ao projeto”, assegura Amanda.

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