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08/05/2007
Wagner Oliveira
Três cidades do Piauí – Floriano, Parnaíba e a capital Teresina – apresentam concentração de flúor abaixo do ideal nas águas encanadas que abastecem a população. A fluoretação da água de consumo público é considerada a medida de saúde pública mais próxima do ideal no controle da cárie dentária e foi responsável pelo declínio do problema durante a segunda metade do século 20. Foram analisadas 576 amostras de água que abastecem a população dos três municípios. Apenas 4,3% das amostras recolhidas apresentaram valores aceitáveis de flúor para o controle de cárie dentária. Os resultados da pesquisa, desenvolvida pelas universidades federais da Paraíba e do Piauí e pela Estadual do Piauí, estão publicados na edição de maio do periódico científico Cadernos de Saúde Pública, editado pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz.
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Estação de tratamento de água em Teresina (Foto: Francisco Gilásio) |
“Existe a necessidade de implantação de medidas de controle para garantir a eficácia da fluoretação das águas no Piauí”, afirmaram os pesquisadores que assinam o trabalho.
A fluoretação da água é o método de prevenção da cárie que apresenta a melhor relação custo-benefício. No Brasil, a adição de flúor na água encanada custa aproximadamente R$ 1 por habitante por ano. Contudo, a redução da cárie a partir da adição de flúor na água só é obtida quando a fluoretação é contínua e sem interrupções. O flúor contido na água atua nos os processos de remineralização e desmineralização que ocorrem constantemente na cavidade bucal, protegendo os dentes contra o desenvolvimento e atuando na prevenção da cárie.
“No Brasil, um das razões que justificam a adoção da fluoretação é que, além ser economicamente justificável, a medida beneficia mais aos que necessitam dela, pois seu impacto preventivo é maior exatamente nos segmentos populacionais de piores condições sócio-econômicas”, argumentam os pesquisadores no artigo do Cadernos de Saúde Pública. “Não fluoretar a água ou interromper sua continuidade deve ser considerada uma atitude juridicamente ilegal, científica insustentável e socialmente injusta”, completam.