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20/06/2005

Vida e obra de Oswaldo Cruz

Catarina Chagas


"Uma vida que realiza o milagre da afirmação total merece uma biografia. Foi um instante e busca a eternidade. Em cêrca de vinte anos de idade, com o aprumo de generosa formação espiritual, Osvaldo Cruz deixou de sua vida memória imperecível" (*).


Relançado por ocasião dos 105 da Fiocruz, comemorados em 25 de maio, o livro Vida e obra de Oswaldo Cruz consiste num relato apaixonado da vida do sanitarista, escrito por Clementino Fraga e editado pela primeira vez em 1972. Do nascimento do médico, em São Paulo, à sua morte, a biografia conta a vida de Oswaldo Cruz com a intimidade de quem teve a oportunidade de conviver com ele, acrescentando à sua já conhecida história "fatos e incidentes incorporados ao patrimônio espiritual do sábio brasileiro".


"De Osvaldo Cruz*, a memória suave lhe recorda a vida breve, a intensidade da ação, a bravura com que resistiu às provações, à lisonja e até à consagração. Foi rápida sua formação, corajosa a diligência nos ofícios da vontade militante. A luta lhe condicionou a existência de crente e denodado trabalhador da ciência. Para interpolar as severidades de seu destino não faltaram as provações, os estímulos da hostilidade, da inveja e do ódio gratuito".


Ao resumir a obra do médico, a biografia pontua alguns dos aspectos mais importantes da história da saúde pública no Brasil, como o saneamento da cidade do Rio de Janeiro e a fundação do Instituto que hoje carrega seu nome. Para Fraga, no entanto, o mérito maior de seu mestre não está na extinção da febre amarela, da peste e da varíola, mas na fundação da medicina experimental no país. A morte prematura, em 1917, aos 44 anos, pareceu interromper a "carreira gloriosa" de Oswaldo Cruz, mas não impediu que fosse reconhecido como "herói", como a ele carinhosamente se refere o biógrafo.


(*) Grafia original.

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