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16/05/2016

Especialista fala sobre vantagens de diagnósticos por teste remoto

Gabriella Ponte (Bio-Manguinhos/Fiocruz)


A plenária do 3° Simpósio Internacional de Imunobiológicos, promovido pelo Instituto de Tecnonologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), estava lotada no último dia do evento. O motivo foi a palestra do diretor de Ciências da Vida da Unitec, Hercules Neves, intitulada Micro e nanotecnologia para diagnósticos point-of-care. Em sua explanação, o especialista destacou as principais vantagens deste tipo de detecção, que, no Brasil, é chamada de teste remoto. Patricia Alvarez, gerente de Projeto de Diagnóstico Molecular de Bio-Manguinhos/Fiocruz, foi a apresentadora da mesa.

Neves ressaltou os benefícios destes testes, como por exemplo a utilização de pequeno volume de reagentes. “Outros pontos positivos são as rápidas reações, a operação integrada automatizada, ambiente altamente controlado, fácil portabilidade, novos mecanismos de detecção e melhor performance. Em alguns países, essa tecnologia é considerada um luxo. No Brasil, a implantação deste tipo de teste é mais que necessária para podermos levar qualidade de diagnóstico para todo lugar”, afirmou. Ele completou que micro e nanotecnologia podem levar às melhores ferramentas, “mais poderosas”.

Em seguida, o palestrante explicou de forma detalhada sobre a microfluídica, um campo multidisciplinar que envolve engenharia, física, química, bioquímica, nanotecnologia e biotecnologia, com aplicações práticas para o design de sistemas em que os baixos volumes de fluídos são processados para atingir multiplexagem, automação e rastreio de alto rendimento. Neves mostrou uma linha do tempo, que iniciava na década de 1950 e mostrava sua evolução até os dias atuais. “Os diagnósticos bem-sucedidos começaram a ser comercializados na década de 2000 com o desenvolvimento de produtos voltados para biologia molecular”, disse. Essa tecnologia é utilizada no desenvolvimento de impressão de jato de tinta, chips de DNA e tecnologias lab-on-chip. Ela lida com o comportamento, controle preciso e manipulação de fluídos que são geometricamente restritos a uma escala milimétrica.

Neves desenhou o design do sistema em etapas, que são: preparação da amostra, amplificação, separação e detecção. No entanto, ele incluiu antes da primeira etapa o manuseamento das amostras e, no fim, como os resíduos gerados pelo teste são descartados com biossegurança. “É um sistema complexo. O desafio é se perguntar até que ponto faz sentido ter um dispositivo como esse e torná-lo viável? ”, o especialista questiona. Os componentes da microfluídica são bombeamento, válvulas, filtragem e mistura. “O sistema precisa ser mais simples para ser autônomo”, complementou.

Para finalizar, Neves mostrou as matrizes de microagulhas para a imunização. “São nanoagulhas. Na verdade, algumas tão pequenas que são em escalas atômicas. A utilização desta tecnologia tem muitas vantagens, como o fato de ser uma aplicação sem dor; a ativação do sistema imunológico é rápida; a conservação é em temperatura ambiente; e não há necessidade de treinamento”, concluiu.

Na Fiocruz

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