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24/05/2016

Nova edição da Cadernos debate políticas e serviços de saúde

Informe Ensp


A revista Cadernos de Saúde Pública, em seu volume 32 número 3, aborda artigos sobre políticas e serviços de saúde. Na consideração das editoras Ligia Maria Vieira-da-Silva, Hillegonda Maria Dutilh Novaes, Claudia Travassos e Luciana Dias de Lima, a produção do conhecimento, que tem como objeto central as políticas e os serviços de saúde, caracteriza-se pela forte interseção entre a pesquisa, a intervenção e a ação política, o que se reflete na maior dificuldade em definir seus contornos como área de conhecimento da Saúde Coletiva, repercutindo na multiplicidade de denominações encontradas (análises de políticas, planejamento, gestão, avaliação, práticas e cuidados de saúde, investigação em serviço de saúde, entre outras) e nas características da produção científica a ela vinculada. Dentre essas características, destacam-se o entrelaçamento de diferentes perspectivas teórico-metodológicas e a multiplicidade de enfoques e temas investigados. Para elas, a importância das revistas científicas está relacionada com a garantia da qualidade e relevância do que divulgam. Nesse sentido, a nova edição da Cadernos de Saúde Pública explicita os aspectos que valorizam a avaliação de artigos (originalidade, relevância e rigor metodológico) e reforça o fato de que a vinculação de estudos com as práticas requer respostas produzidas com o rigor necessário, possibilitando assim sua aplicação, em particular no desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e na melhoria da saúde da população.

Na seção PerspectivasUm grau e meio. E daí? é o artigo dos pesquisadores Christovam Barcellos, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz); e Sandra de Souza Hacon, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), que trata da 21ª Conferência entre as Partes sobre o Clima (COP21) da Organização das Nações Unidas (ONU) que alcançou um acordo, para muitos observadores considerado histórico, assinado por 195 países, após uma longa trajetória de conferências anteriores e eventos paralelos. O acordo é constituído de 29 artigos, que podem ser sumarizados em quatro objetivos: manter o aumento da temperatura média global em "bem menos que" 2ºC com relação aos níveis pré-industriais e procurar limitar este aumento de temperatura a 1,5ºC; alcançar o balanço entre fontes e sumidouros de Gases do Efeito Estufa (GEE) durante a segunda metade deste século; revisar os termos do acordo a cada 5 anos; prover anualmente 100 bilhões de dólares para medidas de combate à mudança do clima e adaptação em países em desenvolvimento; limitar o aumento da temperatura média da Terra em apenas 1,5ºC importa num grande esforço de controle de emissões. Alguns analistas acreditam que essa resolução vai acarretar no fim da chamada "civilização do petróleo", devendo-se realizar uma profunda revisão dos modelos de produção e consumo atuais para que essa meta seja alcançada.

O artigo Gestão do cuidado integral: estudo de caso em região de saúde da Bahia, Brasil, produzido por Adriano Maia dos Santos, da Universidade Federal da Bahia; e Ligia Giovanella, da Ensp/Fiocruz, analisou a conformação da gestão do cuidado integral nos níveis político-institucional, organizacional e nas práticas, identificando os desafios para constituição de cuidados coordenados entre municípios e os dispositivos para integração e regulação assistencial. Os resultados indicaram haver insuficiência de médicos para as ações e serviços na Estratégia Saúde da Família, bem como nos serviços especializados, limitando o acesso oportuno. Havia fragmentação entre os diferentes pontos e desarticulação comunicacional na rede, e interesses privados e interferências clientelistas criavam circuitos paralelos, transformando o direito à saúde em troca.

Confira os artigos do volume 32 número 3 da revista Cadernos de Saúde Pública.

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