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23/09/2011

Especialistas esclarecem dúvidas sobre doença hemolítica Rh

Roberta Monteiro


A doença hemolítica Rh, também conhecida como eritroblastose fetal, caracteriza-se pela destruição das células sanguíneas de bebês Rh positivo por anticorpos da mãe Rh negativo. Para esclarecer sobre o assunto, conversamos com duas médicas do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) que atuam diretamente no tratamento e prevenção desta doença, a chefe do Serviço de Hemoterapia, Maria Cristina Pessoa, e a obstetra do IFF Augusta Assumpção.





Quais são os riscos para a saúde da gestante e do bebê?


Não há riscos para a gestante, apenas para o bebê. Na maioria dos casos, o primeiro filho não sofre ação dos anticorpos maternos, mas o segundo pode ser prejudicado. Quando ocorre incompatibilidade Rh (D) materno-fetal, as hemácias Rh positivas são destruídas pelos anticorpos maternos anti-Rh, que passaram para a circulação sanguínea do bebê. A doença pode se manifestar ainda dentro do útero, causando anemia no feto. Para garantir a sobrevivência do bebê, realizam-se transfusões de concentrados de hemácias. Nos casos em que a doença se manifesta somente após o nascimento, a destruição rápida das hemácias do bebê  pelos anticorpos maternos causa anemia e aumento do pigmento amarelo, deixando a pele do bebê amarelada. Uma taxa muito alta destes pigmentos no sangue leva a lesões neurológicas graves e irreversíveis.


Como prevenir a doença?


Para prevenir é preciso aplicar imunoglobulina anti-Rh(D) em mulheres Rh negativo logo após episódios que ofereçam riscos de sangramento, como abortos, provocados ou espontâneos, e exames invasivos na gravidez. Também é recomendada a aplicação na 28ª semana de gestação e no pós-parto imediato, uma vez que nesse momento há a passagem de muito sangue do bebe para a mãe.


Como é o atendimento no IFF?


O IFF funciona como centro de referência para assistência às gestantes aloimunizadas, atendendo em média de 45 casos por ano. As gestantes Rh negativo que já foram diagnosticadas como aloimunizadas em algum atendimento anterior são encaminhadas pelo obstetra ao IFF. A triagem do Pré-Natal ocorre todos os dias, de segunda a sexta-feira pela manhã. Serão verificados exames anteriores e solicitado novo exame de sangue. Caso o resultado seja positivo, a gestante será encaminhada para matrícula no ambulatório. Se a gestante já tiver sido acompanhada no Pré-Natal do Instituto para a doença hemolítica, basta apresentar exame confirmatório de gravidez. Vale lembrar que toda grávida Rh(D) negativo tem direito a se proteger da aloimunização Rh(D).


Publicado em 23/9/2011.

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