Agência Fiocruz de Notícias

A médica sanitarista Fabíola de Aguiar Nunes reassumiu o cargo de diretora da Fiocruz Brasília - posto que já havia ocupado entre 2001 e 2002 - nesta quarta-feira (25/07). A solenidade contou com a presença do ministro da Saúde, José Gomes Temporão; do presidente da Fundação, Paulo Marchiori Buss; do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Gerson Penna; do secretário de Atenção à Saúde do MS, José de Carvalho Noronha; de quatro vices-presidentes da Fiocruz: o de Desenvolvimento Institucional e Gestão do Trabalho, Paulo Gadelha; o de Produção e Inovação em Saúde, Carlos Gadelha; a de Ensino, Informação e Comunicação, Maria do Carmo Leal; e o de Serviços de Referência e Ambiente, Ary Carvalho de Miranda; e ainda o chefe de Gabinete da Presidência da Fiocruz, Arlindo Fábio Gomez. Com eles, todos os servidores da Fiocruz na capital federal.

Além da emoção, a informalidade foi outra marca da solenidade. Bastante descontraído, Paulo Buss coordenou as falas dos integrantes da mesa, ressaltando a importância do retorno de Fabíola, oportunidade que mobilizou o ministro da Saúde. “É uma posse de muito peso”, disse Temporão, que em seguida brincou: “não sei se teremos outra posse tão grande assim este ano”. A magnitude da cerimônia, segundo o presidente da Fiocruz, refletiu a disposição de se ampliar o papel da Fiocruz dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) e, sobretudo, da participação no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) referente à saúde. Segundo Buss, a Fiocruz já desenvolve uma série de iniciativas nesse sentido e as ampliará até o fim do ano.

Buss ainda agradeceu aos ex-diretores da Fiocruz de Brasília, Gerson Penna e Denise Oliveira e Silva, que, juntamente com Fabíola, contribuíram para tornar a Fundação presente no Centro-Oeste, especialmente com a implantação do futuro Núcleo Federal de Ensino em Brasília, iniciativa que envolverá, necessariamente, parceiros como a Universidade de Brasília (UnB) e Escola Nacional de Administração Pública (Enap).

O ex-diretor Gerson Penna fez um discurso emocionado, revelando a época e a circunstância em que conheceu Fabíola - quando ele, ainda estudante de medicina, viu a greve que comandava ser desfeita depois que ela mostrou não haver a falta de leitos contra a qual os estudantes protestavam. Três anos depois os dois se reencontraram, devido a um convite feito por Fabíola devido à atuação de Penna em questões relativas à hanseníase.

Em seguida, o ministro Temporão elencou as razões pelas quais fez questão de participar da posse. Segundo ele, Fabíola participou ativamente de um dos períodos mais marcantes da história da saúde brasileira, a Reforma Sanitária. “Ela sempre foi uma líder nata, brilhante e que encara todos os desafios”.

Encerrando, Fabíola leu seu discurso de posse que, na verdade, era uma peça poética que emocionou a todos os presentes. Lembrou que estava em processo de retorno à Bahia quando recebeu o convite de Buss para reassumir o cargo, falou sobre a importância desse retorno e destacou a necessidade de formação de redes intra e inter-institucionais a serem firmadas no setor saúde para fazer avançar as etapas da Reforma Sanitária. Fabíola lembrou as 22 metas prioritárias para a saúde brasileira apontadas pelo ministro Temporão em seu discurso de posse, dentre as quais a implantação em Brasília de uma escola de governo da Fiocruz.

Convocou a todos a centrarem seus esforços para a construção do que chamou de “imagem-objetivo” da Fiocruz na capital, por meio de “programas e projetos modernos e inovadores”. Também falou sobre a necessidade de identificação dos desafios para o desenvolvimento do setor saúde para Brasília e todo o Centro-Oeste e das possibilidades de construção de redes capazes de viabilizar as potencialidades da região.

Fabíola anunciou, como seu vice-diretor, o servidor Eduardo Koatz. A coordenação do Núcleo Federal de Ensino caberá a Florianita Braga Campos e Edmundo Gallo continuará como coordenador de Programas e Projetos Estratégicos. A diretora agradeceu a Antônio Cardoso, que, desde a saída de Penna, assumiu, interinamente, a direção.

O momento mais emocionante da solenidade foi quando Fabíola, com a voz embargada e os olhos cheios de lágrimas, prestou homenagem a três pessoas que, segundo ela, marcaram sua trajetória, contribuíram para o engrandecimento da saúde pública brasileira e já faleceram: o seu pai, que fez despertar nela o amor e a admiração pela Fiocruz; seu marido, Carlos Santana, que foi ministro da Saúde e contribuiu de forma decisiva para o avanço do processo da Reforma Sanitária; e o ex-presidente da Fiocruz, Sergio Arouca, cuja atuação na saúde pública lhe deixara profundas marcas.