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08/07/2009

Novas perspectivas para o tratamento da doença de Chagas


Derivados de substâncias encontradas em árvores do gênero Tabebuia (ipês), os naftoimidazóis são alvo de um estudo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) que abre caminho para desenvolvimento de novas drogas para o tratamento da doença de Chagas. Os resultados de estudos in vitro mostraram que os compostos têm atividade sobre o Trypanosoma cruzi (agente causador da doença) e apresentam baixa toxicidade para células hospedeiras.


“O objetivo é investigar o mecanismo de ação desses compostos no parasito. Percebemos que três derivados, com estruturas químicas parecidas com compostos utilizados no tratamento padrão para a doença, geram radicais livres alterando diversas vias do T.cruzi, comprometendo seu metabolismo energético”, explica o pesquisador Rubem Mena-Barreto, do Laboratório de Biologia Celular do IOC. “Além disso, a baixa toxicidade para células de mamíferos sugere um baixo efeito colateral para o indivíduo infectado in vivo”, complementa.


Outro aspecto positivo ressaltado pelo pesquisador é a abundância de árvores do gênero Tabebuia no país. “Isso permite o acesso a uma grande quantidade de matéria-prima no caso da produção em larga escala de novos medicamentos”, pontua. “Os medicamentos utilizados para o tratamento da doença, são pouco eficazes na fase crônica. A nossa intenção é justamente encontrar compostos que sejam ativos nessa fase”, finaliza Rubem Barreto. O próximo passo da pesquisa inclui a realização de testes in vivo em camundongos, para testar a eficácia dos princípios ativos.


A pesquisa entre os cerca de 300 trabalhos que serão apresentados durante o Simpósio Internacional Comemorativo do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas, que acontece de 8 a 10 de julho no Hotel Sofitel, em Copacabana, no Rio de Janeiro.


Publicado em 8/7/2009.

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