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31/07/2008

Novo prédio da Fiocruz abriga laboratórios de pesquisa e serviços de referência em virologia


Mais moderno pólo de pesquisa em virologia da América Latina, o Pavilhão Helio e Peggy Pereira (HPP) do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) da Fiocruz recebeu a visita do presidente Lula nesta sexta-feira (01/08). O novo espaço, com 6 mil metros quadrados, é dedicado à pesquisa em gripe, rubéola, diarréias virais, hepatite viral, febre maculosa, dengue e outros importantes agravos de saúde pública. O prédio abriga nove laboratórios de pesquisa e dez serviços de referência estratégicos credenciados pelo Ministério da Saúde.


 Dengue, febre amarela e hepatites virais são algumas das doenças estudadas no novo prédio da virologia da Fiocruz (Fotos: Peter Ilicciev/Fiocruz)

Dengue, febre amarela e hepatites virais são algumas das doenças estudadas no novo prédio da virologia da Fiocruz (Fotos: Peter Ilicciev/Fiocruz)


As atividades científicas são desenvolvidas de acordo com padrões avançados de biossegurança, que incluem a mais moderna plataforma do Ministério da Saúde, de nível de biossegurança 3 (a escala vai de 1 a 4), em fase de instalação.


Os nove laboratórios de pesquisa no HPP realizam estudos decisivos para o controle de doenças virais. Entre as iniciativas, destacam-se o desenvolvimento de kit de diagnóstico de hepatite A; novos métodos de detecção para rotavírus; o acompanhamento das mutações de vírus respiratórios circulantes; a identificação de alvos para o desenvolvimento de fitoterápicos para a dengue; e o estudo da genealogia de rotavírus circulantes no país.


 

 Laboratórios do HPP realizam pesquisas decisivas para o controle de doenças virais

Laboratórios do HPP realizam pesquisas decisivas para o controle de doenças virais



 

A infra-estrutura é resultado do investimento de R$ 19 milhões do governo federal na criação de um pólo científico para pesquisa e vigilância epidemiológica de doenças emergentes e reemergentes causadas por vírus.


Os serviços de referência, em níveis regional e nacional, prestam consultoria e assessoramento para o Ministério da Saúde em áreas estratégicas:


Serviço de Referência Nacional para Influenza, para Viroses Exantemáticas e para Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS): Desenvolvido pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do IOC, o serviço assessora o Ministério da Saúde em questões relacionadas à rubéola, doença alvo da campanha nacional de vacinação que será iniciada no dia 09/08. Atua também na investigação da origem de casos importados de sarampo – no Brasil, não há circulação autóctone do vírus desde 2001. Além disso, tem papel decisivo na rede de vigilância montada pelo Ministério da Saúde para prevenção da entrada do vírus da gripe aviária (H5N1) em território nacional e trabalha para identificar e traçar o perfil evolutivo deste vírus. Em 2006, atendendo a uma solicitação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), ofereceu a representantes de cinco países da América Latina treinamento em técnicas moleculares de detecção do vírus influenza e seus novos subtipos, incluindo o H5N1.


Serviço de Referência Nacional para Poliomielite e Outras Enteroviroses: O Laboratório de Enterovírus do IOC contribuiu para o desenvolvimento da atual formulação da vacina contra poliomielite, a partir da detecção do subtipo III do poliovírus em surto que atingiu o Nordeste do país, em 1986. O laboratório integra o Programa Global para Erradicação da Poliomielite da OMS, que, em 2008, acionou instituições de pesquisa de todo o mundo para mapear o armazenamento do poliovírus e de amostras clínicas, coletadas em momentos de circulação da doença, que podem conter o agente.


Serviço de Referência Regional para Rotaviroses: O Laboratório de Virologia Comparada do IOC é responsável pelo desenvolvimento e pela aplicação de metodologias para detecção e caracterização molecular dos principais vírus causadores das gastrenterites agudas, o que inclui rotavírus, astrovírus, norovírus e adenovírus entéricos. O rotavírus pode ser considerado um dos mais importantes vírus relacionados à diarréia aguda, causando anualmente cerca de 500 mil mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo. Em 2006, o desenvolvimento de um teste diagnóstico rápido para detecção de rotavírus rendeu ao laboratório o Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o Sistema Único de Saúde (SUS).


Serviço de Referência Nacional para Hepatites Virais: O Laboratório de Hepatites Virais do IOC é responsável pelo diagnóstico sorológico e molecular das hepatites virais A, B, C – e eventualmente D e E. As pesquisas desenvolvidas no laboratório subsidiam ações do Ministério, em níveis federal e estadual, voltadas à vigilância epidemiológica, controle, prevenção e tratamento destas infecções.


Serviço de Referência Nacional para Riquetsioses (febre maculosa) e Regional para Hantaviroses: Hantaviroses e riquetsioses são importantes doenças emergentes: segundo dados do Ministério da Saúde, 86 casos de febre maculosa (principal doença causada pelas riquetsias) e 191 de hantaviroses foram registrados no país somente em 2006. O Laboratório de Hantaviroses e Riquetsioses do IOC tem atuação decisiva no controle destas doenças.


Serviço de Referência Macro-Regional em Dengue e Febre Amarela: O Laboratório de Flavivírus do IOC atua como referência macro-regional do Ministério da Saúde para diagnóstico dos vírus da dengue e da febre amarela, sendo responsável pela vigilância virológica destes agravos no Estado do Rio de Janeiro, a partir da identificação e caracterização de amostras, por meio de técnicas moleculares e de sorologia.


Laboratórios localizados no HPP:

• Laboratório de Desenvolvimento Tecnológico em Virologia

• Laboratório de Enterovírus

• Laboratório de Flavivírus

• Laboratório de Hepatites Virais

• Laboratório de Virologia Comparada

• Laboratório de Virologia Molecular

• Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo

• Laboratório de Hantaviroses e Riquetsioses

• Laboratório de Imunologia Viral


Instalações físicas do HPP:

• Área útil de 6 mil metros quadrados

• Nove laboratórios de pesquisa

• Plataforma multiusuário com laboratórios de nível de biossegurança 3 em fase de instalação

• Seis centrais de descontaminação (duas por andar)

• Salas de aula


Sobre Helio e Peggy Pereira:

O casal Helio e Marguerite Pereira desempenhou papel central na consolidação das ações em virologia IOC. Helio iniciou sua carreira científica neste Instituto no final da década de 1940. Naturalizado cidadão inglês em 1957, chefiou a Divisão de Virologia do Instituto Nacional de Pesquisas Médicas da Inglaterra. Retornou ao IOC em 1979, onde trabalhou até sua morte, em 1994, tendo produzido importantes contribuições nas áreas de vírus entéricos e diarréias virais. A mircrobiologista britânica Marguerite, conhecida como Peggy, foi pesquisadora e consultora do IOC em virologia e imunologia entre 1982 e 1987. Antes, havia dirigido o Centro Nacional de Influenza da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Inglaterra e País de Gales.


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