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10/07/2009

O paradoxo da fotofobia dos vetores da doença de Chagas e suas consequências

Pâmela Pinto


A eficácia do combate aos triatomíneos, vetor clássico da doença de Chagas, está vinculada ao monitoramento dos seus hábitos de colonização em habitações de áreas endêmicas. Pesquisa desenvolvida na universidade francesa François Rabelais, por Cláudio Lazzari, investiga a fotofobia de algumas espécies de triatomíneos em contraste com a atração dos mesmos por luzes artificiais.



A resposta deste questionamento impacta positivamente os estudos das questões epidemiológicas, uma vez que pode indicar a suscetibilidade dos barbeiros à atração pelas luzes das casas. Os resultados da pesquisa de Lazzari sugerem que em voos dispersos os insetos são atraídos pelas luzes artificiais das casas, facilitando a sua colonização, mas uma vez dentro das residências, eles evitam ambientes iluminados.



Lazzari analisou cinco hipóteses para verificar o mecanismo responsável pela atração dos insetos, por meio de testes com as espécies Triatoma infestans e Rhodnius prolixus, em voos experimentais. Evidenciou-se que os barbeiros não se deslocaram de forma aleatória, mas partiram diretamente para uma fonte luminosa pontual. Este resultado, de acordo com Lazzari, é bastante surpreendente, uma vez que ambas as espécies T. infestans e R. prolixus possuem hábitos noturnos e são amplamente reconhecidos como fotofóbicos. Observou-se a resposta em adultos e larvas à iluminação focal e ambiente. As larvas apresentaram fotofobia para ambos os tipos de iluminação, enquanto os adultos foram fotofóbicos na primeira condição e positivos na iluminação pontual. Este comportamento permite que o barbeiro penetre nas residências sem ser detectado.


Publicado em 10/7/2009.

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