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12/05/2008

Obra reúne o que há de melhor sobre a correlação entre saúde e nutrição

Edmilson Silva


A equação que envolve ingestão, atividade física e saúde está, mais e mais, na ordem do dia: jornais e revistas não param de noticiar resultados de pesquisas relacionados à comida. Programas de tevê são dedicados inteiramente à questão da nutrição. A âncora de uma rádio FM comenta estudo que dá conta de que a quantidade de sódio presente em duas fatias de pizza de caixinha, dessas congeladas disponíveis nos supermercados, é equivalente à disponível em quatro refeições completas, implora aos ouvintes que parem de comê-las, pois há o risco de adoecerem se continuarem ingerindo mais sódio do que a medicina e a parcimônia recomendam.



Fato é que a imprensa descobriu ser a nutrição e a saúde suculentos nichos de mercado e que ajudam a potencializar a venda de suas publicações. Estas, por sua vez, também oferecem o tradicional tema do ideal do corpo e da saúde perfeitos.


Com exceção da minoria chamada geração saúde, quem é que não quer ser sarado, mas sem se submeter aos sacrifícios da mudança de hábitos? Então, come-se de tudo que se quer e na quantidade que a vontade mandar, sempre com a esperança voltada para os resultados de uma dieta no futuro ou até mesmo depois de se submeter a um procedimento cirúrgico específico e encontrar a felicidade tão sonhada?


Evidentemente que a preocupação da imprensa não é com a saúde do leitor, pois o papel dela, embora na visão otimista seja o de informar, ela é indústria, portanto, depende do mercado para sobreviver, assim como os editores comerciais querem mais é que seus títulos alcancem o mel da lista dos mais vendidos.


Como em toda a regra há exceção, as editoras Fiocruz e Atheneu acabam de lançar Epidemiologia nutricional, em que, uma seleta de 54 autores, entre os quais os organizadores da obra, Gilberto Kac, Rosely Sichieri e Denise Petrucci Gigante, condensam o que há de melhor sobre a correlação entre saúde e nutrição.


Saudada, pelo coordenador científico do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Augusto Monteiro, como "obra de grande fôlego e generosidade, os editores e autores deste volume brindam a comunidade brasileira da epidemiologia nutricional com uma poderosa ferramenta de trabalho".


Verdadeira delicatessen de dados relacionados à saúde nutricional, o livro reúne os resultados dos principais estudos internacionais e nacionais da área de epidemiologia nutricional. Colabora, assim, para jogar por terra a máxima requentada, e altamente repetida, de que não há estatísticas sobre prevalência de doenças no Brasil. Elas estão lá.


Aos autores não escapa nenhum dos temas com importância para a saúde correlacionados à nutrição: as anemias, ainda muito comuns entre brasileiros, inclusive os povos indígenas, sobrepeso e obesidade, atividade física, nutrição, doenças crônicas não-transmissíveis, tais como hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2, essa novidade (para leigos) chamada síndrome metabólica, padrões alimentares etc.


Epidemiologia nutricional

Editora Fiocruz, (21) 3882-9093, 579 p. R$139

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