Agência Fiocruz de Notícias

A qualidade dos exames realizados no Laboratório de Referência Nacional para Tuberculose, do Centro de Referência Professor Hélio Fraga (CRPHF) da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), foi avaliada pelo Laboratório Supranacional da OMS, na Argentina. O parecer emitido concluiu que o laboratório apresenta capacidade para realizar culturas e testes de sensibilidade aos fármacos antimicobacterianos pelos métodos "proporções em meio sólido" e "BACTEC MGIT 960". Foi solicitado ainda que o CRPHF proceda o controle de todos os laboratórios da rede que realizam teste de sensibilidade no Brasil, aplicando a mesma modalidade de análise utilizada pelo Laboratório Supranacional da OMS.

Seis meses após assumir a coordenação do laboratório do CRPHF, Maria Alice Silva Telles conseguiu, junto com sua equipe, implementar as atividades inerentes ao serviço, aumentado o atendimento da demanda de exames em cinco vezes do que foi executado no ano de 2008. Segundo Maria Alice, atualmente é fundamental para todos os laboratórios a realização de seus ensaios de acordo com um sistema de garantia de qualidade. Para cada ensaio é preciso obter uma certificação e a aprovação em teste de proficiência do sistema analítico. "É uma forma de comprovar a competência do laboratório na realização do referido teste", destacou. O laboratório do Centro de Referência está em processo de certificação para funcionamento do ambiente NB3 de biossegurança e de acreditação para saúde pública e pesquisa.

Laboratório de Bacteriologia da Tuberculose

O Laboratório de Referência Nacional para Tuberculose foi recentemente reformado e modernizado para o nível de segurança biológica 3, com um aprimorado processo de gestão de qualidade. Lá são feitos procedimentos de alta complexidade para complementação diagnóstica; é exercida a coordenação técnica da Rede de Laboratórios de Tuberculose do país; a padronização de técnicas empregadas pela Rede; a avaliação de novos métodos laboratoriais para diagnóstico; a assessoria e visitas técnicas aos Laboratórios Centrais dos Estados (Lacen); promovida a capacitação de recursos humanos; além de relatórios técnicos e de gestão aos gestores nacionais.

Faz parte da rotina a realização de exames de baciloscopia e cultura de amostras clínicas do ambulatório de vigilância de tuberculose MDR do Centro de Referência. A identificação de espécie e o teste de sensibilidade, por meio de várias técnicas, são realizados a partir de culturas positivas enviadas pelos Lacen e outros laboratórios.

O laboratório tem um setor de Produção de Insumos que, desde 1990, faz a diluição da tuberculina bruta (50.000 UI), em PPD Rt-23 (2 UT), para distribuição em todo o Brasil, com controle de qualidade in vitro e in vivo, por meio de ensaios clínicos necessários à liberação do produto para o consumo. O laboratório, em conjunto com a Fiocruz Paraná, está desenvolvendo uma tuberculina nacional. O setor produz e fornece meios de cultura e alguns insumos para os Lacen, uma forma de assegurar a qualidade dos testes de sensibilidade ali realizados, como reserva estratégica e alternativa para situações de desabastecimento na rede.

O setor está capacitado para o desenvolvimento de diversos tipos de estudos e pesquisas. As linhas de pesquisa prioritárias, atualmente em andamento, são de novos métodos para o diagnóstico rápido da tuberculose, genotipagem molecular, estudos epidemiológicos e implantação do sequenciamento para auxílio na identificação de espécies micobacterianas e detecção rápida da resistência.

Publicado em 10/8/2009.